Partidos, candidatos derrotados ou governadores que venceram as eleições no 1º turno, além de senadores que saíram vencedores no pleito, começam a se posicionar na disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) neste início de campanha pelo segundo turno das eleições presidenciais.
No primeiro turno, Lula e Bolsonaro obtiveram, respectivamente, 48,43% e 43,6% dos votos, deixando outros concorrentes como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) para trás na disputa. Os dois candidatos que disputam o 2º turno das Eleições receberam declarações de apoio nesta terça (4) e quarta (5). As duas campanhas correm para conquistar mais nomes em torno das chapas nos próximos dias.
Veja a seguir quem já expressou que irá apoiar cada candidatura.
Tebet apoia Lula
A senadora Simone Tebet declarou seu apoio à eleição de Lula nesta quarta-feira, após almoço com o ex-presidente no apartamento da ex-senadora Marta Suplicy.
“Não cabe a opção pela neutralidade”, disse Simone Tebet, em live transmitida em suas redes sociais.
“Ainda que mantenha as críticas que fiz, depositarei em Lula o meu voto, porque reconheço nele o compromisso com a democracia, o que desconheço no atual presidente”, disse.
Tebet afirmou que chegou a ser pressionada por alguns companheiros de legenda para se manter neutra.
“Peço desculpas a esses companheiros”, afirmou. “Se omitir seria trair minha trajetória política desde que, aos 14 anos, pedi autorização à minha mãe para ir às ruas gritas pelas Diretas Já”.
A emedebista, que contou com 4,2% dos votos válidos, tinha dado pronunciamento logo após o fim das apurações afirmando que “tem lado”, e que iria se pronunciar no momento certo, após direcionamento de seu partido.
A colunista Thaís Oyama havia antecipado um “apoio crítico” por parte de senadora, após o MDB liberar seus filiados para tomarem suas próprias decisões.
Na tarde de terça-feira, Tebet e Lula se falaram por telefone, em ligação intermediada por Rosângela Lima, esposa do candidato.
A candidata a vice na chapa de Tebet, Mara Gabrilli, no entanto, disse pelo Twitter que votará em branco:
No 2° turno opto pelo voto em branco. Não dou meu voto para nenhum dos dois. Fico ao lado dos brasileiros e apoiarei o governo que defender meus ideais de país: inclusão, ciência, combate à corrupção, à fome e desigualdade. Serei oposição sensata. Serei sempre construção.
— Mara Gabrilli (@maragabrilli) October 4, 2022
O ex-governador João Doria disse na terça ao UOL que seu voto também será neutro no segundo turno: “Meu voto será o da neutralidade. Não faço ataques nem a um lado nem ao outro.” Ele deve votar nulo.
Lula afirmou, também pelo Twitter, que que se encontrará com integrantes do PSD na próxima quinta (6):
Hoje o PDT declarou apoio a nossa candidatura. Quinta-feira eu vou receber representantes do PSD. E a partir de sexta-feira vou começar a viajar e pretendo passar em todos os estados que tem 2° turno.
— Lula 13 (@LulaOficial) October 4, 2022
Ciro Gomes diz que endossa decisão do PDT, mas não cita nome de Lula
Após o PDT anunciar na manhã desta terça-feira que apoia Lula unanimemente, Ciro Gomes afirmou que endossa o direcionamento da legenda, mas não citou nome, nem de Lula nem do PT.
Durante toda a sua campanha, o candidato do PDT acabou prejudicando pontes com a esquerda com duros ataques ao petista. Dentro do partido, recebeu críticas de dirigentes por esse motivo. Alguns chegaram a pedir abertamente que Ciro renunciasse para apoiar Lula. O candidato do PDT obteve 3% dos votos.
O candidato do partido à Presidência, Ciro Gomes, que ficou em quarto lugar no primeiro turno das eleições, também gravou um vídeo endossando o apoio a Lula, apesar de manter postura crítica ao candidato.
Ciro afirmou que não aceitará cargos em um eventual governo do PT.
Segundo o presidente do partido, Carlos Lupi, a decisão da direção nacional e de parlamentares do partido foi unânime.
De acordo com Lupi, o programa de Lula tem mais afinidade com as ideias do PDT do que o do oponente, Jair Bolsonaro, do PL. “Apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula, que eu chamo de candidatura do 12 mais 1”, disse ao brincar com os números das duas siglas, o 12 pedetista e o 13, do PT.
O PDT solicitou que a candidatura de Lula inclua no programa de governo três propostas: a renda mínima, a renegociação das dívidas de pequenas empresas e a revogação de leis trabalhistas que prejudiquem o trabalhador brasileiro.
O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou ter desistido de anular e contou que votará em Lula.
O partido Cidadania também decidiu, em reunião da Executiva Nacional, nesta terça-feira, declarar apoio à candidatura de Lula no segundo turno. A legenda está unida em federação partidária com o PSDB. A federação PSDB-Cidadania fez parte da coligação de apoio à candidata Simone Tebet.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou apoio a Lula em um tweet:
Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social.
Voto em Luiz Inácio Lula da Silva. pic.twitter.com/xgs6citdJv— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) October 5, 2022
Apoios a Bolsonaro
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) declarou, mais cedo, seu apoio a Bolsonaro.
Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro.
— Sergio Moro (@SF_Moro) October 4, 2022
Moro foi eleito senador pelo Paraná com 33% de votos válidos. O ex-ministro de Bolsonaro deixou o governo em 2020 acusando o presidente de interferência na polícia federal. Chegou a concorrer à presidência pelo Podemos, mas desistiu. Segundo a coluna Radar, da Veja, o ex-juiz teria ligado a Bolsonaro para expressar apoio ao presidente. Moro negou. Mas a coluna disse que duas fontes do Palácio do Planalto confirmaram a história.
Romeu Zema (Novo), reeleito governador de Minas Gerais com 56,18% dos votos válidos, também declarou publicamente apoio à reeleição de Bolsonaro. De acordo com o mineiro, ele e o atual chefe do Executivo federal superaram “divergências” para construção da aliança.
Zema e Bolsonaro se encontraram mais cedo no Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Não poderia deixar, nesse momento, de estar aqui colocando nossas divergências de lado. Eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergimos e em outras não, mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário”, disse Zema.
De acordo com Bolsonaro, ele pretende ir, ao menos, três vezes a Minas Gerais, em agendas de campanha. Uma delas já está confirmada: um encontro religioso no próximo dia 12.
“Esse apoio do governador Zema é muito bem-vindo. É o segundo estado que tem o maior colégio eleitoral do Brasil e é decisivo, só quem ganha lá, diz a tradição, pode realmente chegar à Presidência da República, então, há esse interesse meu [pelo apoio]”, disse Bolsonaro. “O Zema goza de grande credibilidade dado a administração que ele fez e esse apoio é decisivo. Em Minas Gerais vamos ter uma boa diferença para o adversário”, completou.
Para o segundo turno, Bolsonaro já conversou com outros governadores reeleitos em busca de apoio, como Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, Ronaldo Caiado, de Goiás, e Ratinho Júnior, do Paraná.
O governador reeleito do Rio Claudio Castro (PL) se posicionou hoje a favor de Bolsonaro: “Como sou do partido do presidente, sou apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui e tentar me esforçar muito para o Rio ser a capital da vitória da eleição do presidente Bolsonaro”, disse Castro, em declaração à imprensa.
“Não tenho a menor dúvida que o que fez o Rio crescer e me dar uma votação expressiva [para a reeleição], foi muito o que o senhor [Bolsonaro] me ajudou ao longo desses últimos dois anos”, complementou.
Em São Paulo, o tucano Rodrigo Garcia declarou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Bolsonaro, no segundo turno do estado, e também ao presidente.
Garcia se encontrou com o presidente da República para discutir seu apoio na disputa pelo executivo federal. O governador disse que declara voto “incondicional a Bolsonaro”. E explicou: ” Essa é uma grande união de forças pelo Brasil”. O encontro ocorreu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. “Parte considerável do PSDB vai conversar comigo, até pelo histórico contra o PT”, disse Bolsonaro mais cedo a jornalistas no Palácio do Alvorada.
O governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), declarou hoje (5) apoio à candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência. Os dois se reuniram na manhã desta quarta-feira no Palácio da Alvorada, em Brasília.
A instituição do Fundo Constitucional do DF está prevista na Constituição e os recursos, corrigidos anualmente, são usados para custear a organização e a manutenção das forças de segurança pública, bem como assistência financeira para serviços públicos de saúde e educação. Em 2022, a previsão do orçamento do fundo é de R$ 16,28 bilhões.
No primeiro turno das eleições, o candidato Bolsonaro obteve 51,65% dos votos válidos no Distrito Federal. Luiz Inácio Lula da Silva ficou com 36,85% de preferência do eleitorado da capital.
“O Distrito Federal é hospedeiro dos principais poderes, então essa harmonia, desde o início, foi o que nós buscamos”. Durante o anúncio de apoio, Ibanês citou a importância do governo federal na realização de obras no DF, que tem “dependência muito forte” do Fundo Constitucional.
O governador reeleito do Paraná Ratinho Jr. (PSD) também manifestou apoio a Bolsonaro no 2º turno. O presidente conta então com o voto declarado de cinco governadores (MG, SP, RJ, PR e DF).
Fora do segundo turno das eleições paulistas pela primeira vez em trinta anos, o PSDB fez uma reunião ainda nesta terça-feira e decidiu liberar seus integrantes para apoiarem Lula ou Bolsonaro. Entre os políticos do partido, o senador e ex-governador José Serra (PSDB) apoia a candidatura do petista à Presidência e, em São Paulo, a de Tarcísio de Freitas ao governo do estado, de acordo com a CNN.
A Executiva Nacional do PSDB, na tarde desta terça feira, decidiu liberar os diretórios estaduais e filiados no 2° turno das eleições presidenciais.
— PSDB 🇧🇷 (@PSDBoficial) October 4, 2022
(Com Agência Brasil)