O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça (21) que o novo arcabouço fiscal será divulgado apenas após a viagem dele à China. A ida ao país asiático começa neste fim de semana e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará parte da comitiva.
“Por que não pode ser antes? Nós embarcamos sábado, Haddad não pode comunicar isso aí. Seria estranho, eu anuncio e vou embora. Haddad tem que anunciar e ficar aqui para responder, debater, dar entrevista, falar com sistema financeiro, com a Câmara dos Deputados, Senado, outros ministros”, disse Lula, durante entrevista à TV 247, no YouTube.
A expectativa, até então, era que o novo arcabouço fiscal fosse divulgado antes da viagem. Lula afirmou que o projeto já está maduro, mas é preciso cuidado para não faltar recursos para investimentos, saúde e educação.
O presidente da República reforçou que é preciso discutir um pouco mais sobre o novo arcabouço fiscal e não há pressa na divulgação como “algumas pessoas do setor financeiro querem”.
“É preciso discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem”, disse Lula, que também reforçou o compromisso de que fará o marco fiscal e mostrará ao mundo que tem responsabilidade com as contas públicas.
Veja a entrevista na íntegra:
Confiança em Haddad
Na entrevista, o presidente Lula minimizou a pressão enfrentada por Fernando Haddad, vinda de membros do Partido dos Trabalhadores. “Haddad pensa igual ao governo, não há nenhum problema do PT contra ele”, disse Lula. “Tenho certeza que Haddad vai ajudar a resolver a questão da economia É uma questão de tempo.”
Lula destacou ainda o histórico de Haddad à frente da pasta da Educação e a sua competência para “fazer o que tem que ser feito”.
Petrobras (PETR4) e Eletrobras (ELET3) em pauta
Lula também comentou sobre a situação da Petrobras (PETR4) e da Eletrobras (ELET3) em seu governo. Sobre a empresa de energia elétrica, o governante voltou a criticar a privatização e afirmou que espera que o governo “volte a ser dono” do negócio.
“Espero que, se um dia tivermos condições, a gente volte a ser dono da maior empresa de energia que esse País tem”, defendeu Lula.
No caso da petroleira, a crítica foi direcionada a política de dividendos. “[A Petrobras] Não pode ser uma empresa vendedora para ter um lucro de R$ 200 bilhões e distribui-lo aos acionistas minoritários, quando metade desse dinheiro poderia ser investimento em salário para pesquisar novas fontes de energia, petróleo. É um absurdo”, destacou Lula.
Com Estadão Conteúdo