A Presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Trajano, declarou que atualmente as lojas físicas se tornaram ‘parcerias do digital’, e não o contrário.
A declaração de Luiza Trajano foi nesta terça (6), no CEO Conferece, evento do BTG Pactual.
Segundo a Presidente do Magazine Luiza, a pandemia da Covid-19 acelerou consideravelmente a mudança nos hábitos de compra dos brasileiros, fazendo com que o ambiente online ganhasse prioridade.
A declaração se dá em um cenário em que, de fato, uma fatia significativa do faturamento do Magazine Luiza e de outras varejistas é via canais digitais.
Já no início da pandemia, no primeiro semestre de 2020, o Magalu já tinha um marketplace que era responsável por 50% das vendas da companhia inteira.
“A loja física passou a ser parceira do digital. O Brasil é muito grande. Tem preço, qualidade e velocidade na entrega. Por isso compramos até empresa de fast food para aprender a entregar rápido”, disse a executivo, se referindo ao aiqfome, aplicativo de delivery da varejistas.
Além disso, ao debater o tema com o CEO do Allos (ALOS3), Rafael Sales, e a CEO do Iguatemi (IGTI11), Cristina Betts, Trajano se mostrou surpresa com a adaptação à digitalização.
Betts, contudo, destoou das declarações da executiva.
Representando uma companhia que tem uma presença física mais forte, a executiva afirmou que as compras presenciais ainda são significativas no Brasil, citando o retorno aos shoppings após a flexibilização das medidas de confinamento no pós-pandemia.
A CEO do Iguatemi defendeu que, embora a pandemia tenha acelerado o meio digital, não foi uma pressão suficiente para ‘inverter tendências de compra’.
“A gente [brasileiros] gosta de servir bem e é uma coisa cultural. Isso é traduzido dentro das lojas. As marcas perceberam isso. Todas, cada uma no seu pedaço. Está todo mundo querendo colocar mais produto na loja e entender mais o cliente”, disse.
Luiza Trajano já disse que Magalu ‘apanhou na bolsa’ por acreditar em loja física
Durante evento realizado pela PwC em meados de outubro de 2023, a executiva do Magazine Luiza afirmou que a companhia está “apanhando muito na Bolsa” por “sempre ter acreditado em loja física”.
Apesar do cenário desafiador para o varejo brasileiro, Luiza Trajano se mostra otimista e acredita que a crise deve tornar o Magazine Luiza ainda mais sólido, diante do crescimento observado nos anos anteriores.
“O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento. Crescemos muito nesses três, quatro anos, mais do que eu poderia até pensar, que a gente chegaria a faturar R$ 60 bilhões”, afirmou a executiva.
Para apoiar seu otimismo, ela chega a citar os desafios econômicos do Brasil na passagem do século 20 para o 21. “Entra crise, sai crise, e o importante é sobreviver. Aprendi muito mais em crises”.
Luiza Trajano destacou como um dos fatores negativos para o varejo brasileiro a grande dificuldade financeira vivida pela Americanas (AMER3). Por outro lado, a situação da varejista concorrente teria feito o Magazine Luiza aprimorar seu processo de auditoria interna.