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Lojas Renner (LREN3) quase triplica lucro no balanço do 1T24, para R$ 139,2 milhões

Lojas Renner (LREN3)

Lojas Renner (LREN3). Foto: Divulgação

A Lojas Renner (LREN3) quase triplicou o lucro ao saltar de R$ 46,8 milhões registrados no primeiro trimestre do ano passado (1T23) para R$ 139,2 milhões reportados no primeiro trimestre deste ano (1T24). A informação foi divulgada pela empresa ao mercado nesta quarta-feira (8).

As receitas da Lojas Renner no 1T24 também mostraram um avanço, chegando a R$ 2,461 bilhões, representando um aumento de 8%. Já a receita operacional consolidada teve um aumento de 4,8%, atingindo R$ 2,9 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no balanço da Renner aumentou significativamente, alcançando R$ 372,1 milhões, um crescimento de 61,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

No segmento financeiro, a Realize, subsidiária da empresa, registrou um resultado positivo de R$ 13,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 10,3 milhões do ano anterior. A carteira de crédito da Lojas Renner apresentou uma diminuição de 7,1%, para R$ 5,7 bilhões, e a perda líquida também caiu, passando de 5,5% para 4,4% da carteira.

A Realize registrou um total de 4,8 milhões de cartões ativos da Lojas Renner no resultado do 1T24 durante o período, em comparação com 5,6 milhões no primeiro trimestre de 2023. As vendas feitas por meio desses cartões diminuíram 1,5 pontos percentuais porque, diz a empresa, houve uma maior restrição na concessão e originação de novos cartões no período. Essas medidas foram tomadas para ajudar a reduzir a inadimplência, conforme balanço.

Renner vende R$ 505,3 milhões no segmento digital

O custo de vendas da Lojas Renner aumentou para R$ 1,1 bilhão no 1T24, um aumento de 6,1%, enquanto as despesas operacionais totalizaram R$ 1,7 bilhão, com uma queda de 2,1% em comparação ao 1T23. No segmento digital, as vendas atingiram R$ 505,3 milhões, marcando um crescimento de 12,8% e uma participação de 15,8%, 0,6 ponto percentual a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

A empresa diz que essa evolução aconteceu ao melhorar a organização e eficiência dos seus estoques, o que fez com que mais produtos fossem vendidos, mesmo com menos itens armazenados. Esse avanço aconteceu porque, aponta o balanço, a Lojas Renner conseguiu reduzir a idade média dos produtos guardados e também porque a procura pelos produtos aumentou.

“O desempenho das vendas refletiu a evolução no desenvolvimento e na comunicação da coleção com os consumidores. Destacou-se, assim, a boa receptividade dos itens, com peças alinhadas ao posicionamento da Renner e adequadas ao período de transição entre estações”, disse a companhia.

A Camicado, que também faz parte do grupo, registrou um aumento em relação ao ano anterior, especialmente na receita por metro quadrado, que cresceu 16,6%. Isso se deve à melhoria contínua das operações e estratégias comerciais, visando aumentar a eficiência em cada loja.

A marca Youcom, que faz parte do portfólio do grupo, também viu um crescimento nas vendas, principalmente devido aos ajustes feitos nas transições de coleções e ao foco em categorias essenciais. A parceria com influenciadores tem sido eficiente, diz a empresa, para aumentar a visibilidade da marca e, consequentemente, impulsionar o crescimento da base de clientes, especialmente os clientes que compram tanto na loja física quanto online.

Quanto à margem bruta do varejo, o balanço mostra que na Camicado teve uma leve queda em comparação com o primeiro trimestre de 2023, devido a ajustes feitos após o ciclo de inventário anual encerrado no primeiro trimestre de 2024. A empresa reforça que houve uma redução de 25% no valor total dos estoques.

Já na Youcom, a margem bruta foi impactada principalmente pela mistura de produtos importados e nacionais, devido a uma greve que afetou o processo de desembaraço aduaneiro durante o período, segundo balanço da companhia.

Com fortes chuvas e desabrigados, Lojas Renner tem 4% das unidades fechadas temporariamente

A Lojas Renner anunciou na segunda-feira (6) que aproximadamente 4% de suas lojas estão temporariamente fechadas devido às intensas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada.

A empresa destacou em comunicado aos investidores que não possui centros de distribuição no Estado e que o impacto na entrega de produtos de seus parceiros “é insignificante”.

De acordo com a Renner, uma equipe está acompanhando de perto a situação em todas as lojas no RS e implementando medidas de suporte e flexibilidade para os funcionários que vivem em áreas afetadas.

Segundo dados divulgados pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul na noite desta quarta-feira (8), o número de vítimas fatais decorrentes das chuvas que assolam o estado chegou a 100. Até o fechamento desta matéria, há registro de 374 feridos e 130 pessoas desaparecidas. O impacto atingiu cerca de 1.476.170 pessoas em 425 municípios gaúchos. Dessas, aproximadamente 163.786 foram desalojadas e 67.428 receberam abrigo temporário.

Atualmente, aproximadamente 230,4 mil pessoas estão fora de suas residências, sendo 66,7 mil abrigadas e 163,7 mil desalojadas, buscando refúgio com familiares ou amigos.

A previsão da Climatempo diz que o Rio Grande do Sul vai continuar enfrentando chuvas intensas e ventos fortes até o final de semana, originada após a formação de um ciclone extratropical próximo à costa Argentina. O sul do estado e regiões fronteiriças com o Uruguai estão em alerta máximo para perigo.

CEO da Renner diz que companhia tem 370 colaboradores afetados e 20 lojas fechadas no RS

O CEO da Renner, Fabio Faccio, afirmou que a companhia tem hoje 370 colaboradores afetados pelas enchentes no Estado do Rio Grande do Sul e 20 lojas fechadas, sendo 10 da marca Renner.

“Nós, da Renner, somos uma empresa do Rio Grande do Sul, com sede aqui. Sempre atuamos em situações de impacto e dessa vez não é diferente, até por ser a nossa casa”, disse Faccio ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Ele afirma que o impacto do fechamento das lojas nos resultados futuros da empresa ainda não é possível de ser medido. Representam 3% das vendas da companhia. A situação já melhorou, com estabelecimentos que já foram reabertos. Na segunda-feira, as lojas fechadas representavam 4% do faturamento da empresa

“O momento é triste e desafiador para todo o povo gaúcho. A tragédia no RS é grave e afeta direitos essenciais”, disse Faccio. Para ele, nem o poder público, nem a sociedade civil conseguem, sozinhos, enfrentar o desastre.

Faccio explica que a companhia tem ajudado em diferentes frentes. Para os funcionários atingidos, a empresa já disponibilizou adiantamento de décimo terceiro e férias, bem como a possibilidade de receber a doação de um “auxílio emergencial” financeiro.

Além disso, a companhia alugou barcos para atuar no resgate de pessoas atingidas. Ao todo, foram 800 resgates até o momento, muitos deles para salvar os próprios funcionários.

Além de doações financeiras, a Lojas Renner já entregou 80 mil peças de vestuário à defesa civil e tem mais 300 mil prontas para doação, a espera de orientações dos órgãos que coordenam o auxílio às vítimas.

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