A Lojas Renner (LREN3) apresentou, na noite da última segunda-feira (31), seu resultado referente ao segundo trimestre deste ano. A empresa atingiu um lucro líquido de R$ 818,1 milhões no segundo trimestre, alta de 254,5% sobre o mesmo período do ano passado, quando foi reportado um ganho de R$ 230,7 milhões.
A companhia, entretanto, reitera que recebeu, durante o segundo trimestre, R$ 784,6 milhões em créditos fiscais do ICMS na base de cálculo do PIS e Cofins. Além disso, também foram contabilizados R$ 578,4 milhões referentes aos juros sobre o montante em questão. Segundo a Lojas Renner, o valor total, portanto, foi de R$ 1,63 bilhão, com efeito líquido de R$ 1,047 bilhão no lucro do segundo trimestre.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 734,4 milhões entre abril e junho. Mas, desconsiderando o crédito fiscal citado, o resultado foi negativo em R$ 280,2 milhões. A receita líquida, por sua vez, caiu 73,3%, de R$ 2,01 bilhões no segundo trimestre do ano passado para R$ 539,6 milhões neste ano.
As vendas em mesmas lojas (Same Store Sales, na sigla em inglês), caiu 74,1%, em função do fechamento de 100% das lojas entre março em abril, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A reabertura parcial foi iniciada em 24 de abril, “com evolução mensal na performance e níveis próximos do ano anterior nas últimas semanas”.
A varejista, todavia, pontua que as vendas digitais cresceram 121,8%, representando 36% de todas as vendas registradas no trimestre. O resultado de produtos financeiros, porém, caiu 42%, para R$ 52,8 milhões.
A empresa citou, ainda, no documento publicado que o Capex do trimestre foi de R$ 141,4 milhões. Os investimentos foram focados em tecnologia, com R$ 103,5 milhões, além dos centros de distribuição (R$ 18,9 milhões) e novas lojas (R$ 12,8 milhões).
Endividamento e caixa da Lojas Renner
De acordo com a apresentação da companhia, o endividamento líquido da empresa, em 30 de junho deste ano, era de R$ 1,11 bilhão. O resultado equivale a uma alta de 29,8% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Esse é o maior endividamento líquido para um segundo trimestre desde 2016, quando era de R$ 1,21 bilhão. A alavancagem financeira da empresa, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 0,61 vezes, enquanto um ano antes era de 0,47 vezes.
A posição de caixa e equivalentes da Lojas Renner, em 30 de junho, era de R$ 2,33 bilhões — no mesmo período do ano passado era de R$ 947,7 milhões. A posição de caixa foi elevada devido à emissão de debêntures da empresa entre abril e maio, que contribuiu com uma captação de R$ 1 bilhão.