Após um encontro com executivos das Lojas Renner (LREN3), analistas do BTG Pactual reiteraram seu otimismo com as ações da varejista, destacando as melhoras logísticas recentes.
Os especialistas têm preço-alvo de R$ 22 para as ações LREN3. Nesta segunda (23), as ações da Renner operam em alta de 1,2%, a R$ 12,39.
“Estivemos com o CEO, CFO e Diretor de Supply da Renner recentemente no novo centro de distribuição (CD), em Cabreúva (SP), onde obtivemos alguns insights sobre a estratégia da cadeia de suprimentos. A Renner concluiu seu esse CD (onde investiu R$ 750 milhões, mais outros R$ 500 milhões da Kinea), que em os últimos trimestres pesaram sobre a rentabilidade durante o seu crescimento, mas devem garantir ganhos de logística de KPI e menores prazos de entrega em sua operação de e-commerce”, destaca o BTG.
Segundo a casa, o novo CD foi feito para para aumentar a personalização do portfólio de cada loja, melhorando os níveis de estoque e reduzindo a ruptura.
“As Lojas Renner planejam reduzir o prazo de entrega das lojas de 8 para 3-4 dias até 2024 e criar pontos de trânsito para tornar a entrega de comércio eletrônico de última milha mais eficiente”, destacam os especialistas.
Com isso, a varejista espera fazer 70-80% das entregas online em 48 horas até 2025 através do CD somado ao modelo omnichannel.
“Espera-se que o novo CD apoie a expansão da Renner pelo menos até 2035, com potencial melhora de 1,5 a 2 pontos percentuais na margem EBIT durante 12 a 18 meses”, analisa o BTG.
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Estratégia da Renner em ‘linha do tempo’
Sobre o histórico da companhia, os analistas explicam que as varejistas de fast fashion geralmente combinam prazos de entrega mais curtos, designs modernos e preços acessíveis, o que lhes confere diversas vantagens em relação às lojas de departamentos e lojas especializadas.
“Normalmente, um varejista de fast fashion trabalha com um sistema pull (em vez de tradicional sistema push), numa espécie de “cadeia de demanda” onde o consumidor é capacitado e exige fornecimento contínuo de produtos novos e inovadores em preços acessíveis”.
Em meados de 2009 a Renner começou a analisar um novo modelo logístico para apoiar seu plano de crescimento, melhorando a capacidade de resposta e melhorando o estoque gerenciamento.
Já em 2011, iniciou as obras de um CD de 50 mil m² no Rio e finalizou em 2012. Em 2014, concluiu seu segundo CD em Santa Catarina.
Segundo o BTG, com essa trajetória a ideia era também refinar o alocação de coleções, com base nas diferentes características de cada região.
“A Renner optou migrar para um modelo push-pull (para itens básicos e core), baseado no equilíbrio entre itens despachados e aqueles solicitados pelas lojas. Com este modelo, as flutuações da procura podem ser satisfeitas através de uma correspondente menor necessidade de reduções de preços”, observa o BTG.
“Ao longo do tempo, a Renner conseguiu distribuir melhor alguns itens enviados para cada loja, garantindo menos casos de escassez de produtos em unidades específicas, necessidade de remarcações e intra-loja transferências de produtos. Com o novo CD em São Paulo, deverá estender esses benefícios para todos os itens vendidos nas lojas (incluindo mais itens de moda), aumentando ao mesmo tempo a eficiência de seu modelo push-and-pull para itens mais básicos”, conclui.