As ações de Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3) operam em caminhos distintos na manhã desta quinta-feira (29). O mercado reage ao anúncio de que as companhias irão unir seus negócios e preparam uma listagem nos Estados Unidos.
Logo após o início do pregão, os investidores derrubaram os papéis da Lojas Americanas, que por volta das 11h50 caíam 7,11%, para R$ 21,02, ao passo que as ações da B2W avançavam 3,25%, R$ 65,56.
Os termos do negócio ainda estão sendo digeridos pelo mercado: cada investidor de LAME receberá adicionalmente 0,18 por ação da americanas s.a (ex-B2W), empresa resultante da fusão e que será negociada pelo ticker AMER3 na B3.
As empresas, que já são interligadas, — a B2W é a controladora da Lojas Americanas — confirmam a sinalização feita ao mercado em fevereiro e formam um gigante do varejo com 1.700 lojas físicas em 750 cidades do Brasil, além de um marketplace com mais de 87 mil vendedores e R$ 40 bilhões em vendas totais no ano passado.
“Uma vez aprovada a cisão parcial, 100% das atividades operacionais das companhias passarão a ser desenvolvidas diretamente pela B2W”, disseram as companhias. A mudança vem à tona em meio ao acirramento da concorrência do varejo no Brasil, após polpudos investimentos da Amazon e Mercado Livre e contínua expansão do Magazine Luiza (MGLU3).
Para a corretora Guide, a reestruturação do grupo é positiva e deve trazer os tão esperados ganhos operacionais. Essas vantagens devem ser observadas “principalmente em termos de unificação da estratégia e da tomada de decisão e além dos ganhos com a multicanalidade”, diferencial frente ao Magalu.
“Destacamos que a operação deve ser bem vista pelo mercado, mas ainda com um certo prazo para que as mudanças operacionais efetivamente aconteçam”, afirmou analista da corretora, Luis Sales.
Caminho aberto para Lojas Americanas e B2W no exterior
Com a incorporação das unidades e patrimônio da Lojas Americanas, a B2W ficará responsável por tocar o negócio, inclusive de ampliar os horizontes e listar as ações da nova empresa nos Estados Unidos.
De acordo com o documento revelado pelas companhias, a emissão das ações no exterior viria com o objetivo de aumentar a visibilidade global e ganhar maior acesso a capital, uma vez que o mercado norte-americano é mais pujante que o brasileiro e os valuations normalmente são mais favoráveis às empresas.
Para o Goldman Sachs, o negócio trará uma série de sinergias, como:
- Logística integrada;
- Base de dados conjunta;
- Menor tributação;
- Efeito de rede;
- Economia de escala;
- Poder de marca.
A instituição vê com bons olhos o negócio, mas também aponta para alguns riscos, como elevação das despesas e custos em infraestrutura, riscos de execução na fusão e aumento da concorrência com rivais mais bem capitalizados.
O banco norte-americano tem recomendação de compra para ambas as ações. No caso da Lojas Americanas, o preço-alvo é de R$ 31, enquanto o valor justo da B2W é atribuído a R$ 97.
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