A Lojas Americanas (LAME4) e a Americanas SA (AMER3) deram continuidade, na manhã desta quarta-feira (3), ao processo de reestruturação societária, anunciado em meados do mês passado.
O processo consiste na junção das bases acionárias de LAME3, LAME4 e AMER3 no Novo Mercado, mais alto nível de governança corporativa da B3. Os acionistas da Lojas Americanas controlarão 29% da NewCo. Com a notícia, as ações de LAME4 disparavam 11,77%, por volta das 11h55, para R$ 5,70.
De acordo com os comunicados divulgados, a Americanas SA assinou os termos da incorporação nesta manhã. A proposta contempla a incorporação da Lojas Americanas pela Americanas com base no valor contábil do dia 30 de junho deste ano.
Com isso, ações de emissão da Americanas e detidas pela Lojas Americanas na data da incorporação serão canceladas, e cada investidor da Lojas Americanas receberá em decorrência da incorporação, e em substituição às ações canceladas, 0,185982 ação ordinária de emissão da Americanas por papel de LAME3 ou LAME4.
No documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirma que a decisão de diluir o comando da Americanas não terá prêmio.
Com a unificação, os papéis deverão ter mais liquidez e acabar com o “desconto” que a estrutura de holding impunha aos papéis das Lojas Americanas.
A reestruturação também fará com que a 3G capital abra mão do controle societário da Americanas. Essa era uma demanda dos acionistas minoritários, que ansiavam por uma simplificação da estrutura societária.
Mudança na Lojas Americanas desbloqueia valor, diz BTG
Nos cálculos do BTG Pactual Digital, o desconto de holding cairá para cerca de 9% e 10% nas ações preferenciais e ordinárias da Lojas Americanas, respectivamente. Quando a operação foi anunciada, os descontos eram de 21% e 29%.
“A combinação dos ativos operacionais desbloqueia valor, pois a empresa deve capturar sinergias”, comentam os analistas do banco de investimento.
A reorganização anterior, que culminou na combinação de LAME e B2W (antiga BTOW3), deve gerar sinergias de R$ 2,3 bilhões até 2024, ou Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 1,6 bilhão.
“O fato de não ter ocorrido a unificação total dos ativos no negócio anunciado em abril (com Lojas Americanas permanecendo como holding e um veículo listado) foi um retrocesso desde o início, o que explica em parte o fraco momentum das ações nos últimos anos meses.”
As ações da Americanas SA também operam no azul neste pregão. Os papéis da companhia sobem 2,53%, para R$ 32,01. A empresa vale R$ 27,82 bilhões na B3, ao passo que a Lojas Americanas é avaliada em R$ 10,38 bilhões.