A Loggi anunciou nesta quinta-feira (25) um novo galpão de entregas para agilizar as operações. Localizado em Cajamar (SP), o imóvel tem capacidade de processar 1 milhão de pacotes por dia até 2023, o dobro da atual condição da startup. Para isso, a empresa fez um investimento de R$ 150 milhões.
Com o novo centro, a expectativa da startup é reduzir em até cinco horas o tempo de entrega na capital paulista – a ideia é que as encomendas na cidade sejam feitas em menos de 24 horas.
Acompanhando a recente onda de inaugurações feitas por gigantes do varejo, como Amazon (AMZN34) e Mercado Livre (MELI34), a Loggi mira na automação do processo para ter vantagem diante da concorrência. O centro aposta em software e maquinário inteligentes, reduzindo a participação humana.
“Esse centro foi resultado de muitos anos de pesquisa e de aprendizado de como processar pacotes com mais produtividade e eficiência e melhorando qualidade”, diz ao Estadão o diretor de operações da Loggi, Grégoire Balasko.
O entreposto é do tipo cross-docking, no qual não há estocagem de itens, algo comum nos centros de distribuição tradicionais. Neles, os produtos ficam parados nas prateleiras para pronta-entrega.
No caso da Loggi, os pacotes são reorganizados assim que chegam no local e enviados para os caminhões da startup, que farão o trajeto de entrega.
Priscila Miguel, do Centro de Logística e Supply-Chain da Fundação Getúlio Vargas, explica que o modelo faz com que a Loggi diminua os custos de operação, permitindo que as empresas parceiras também façam menos viagens. “Isso vai garantir que existam mercadorias de forma mais planejada e consolidada, porque vai haver mais agilidade no processo”, explica a professora.
O investimento em automação e tecnologia, no entanto, é uma aposta de longo prazo, comenta Priscila. Devido ao alto custo de importação das máquinas, empresas do segmento ainda preferem apostar em mão de obra humana.
Loggi busca outros cenários para expansão
A Loggi não quer ficar estacionada em Cajamar. A cidade de São João de Meriti (RJ) recebe hoje um novo cross-docking de 18 mil metros quadrados e menos “tecnológico” do que o paulista – o antigo galpão da startup no Estado fluminense, em Cordovil, tinha 2 mil metros quadrados.
Priscila, porém, lembra que os planos de expansão da Loggi podem esbarrar na economia brasileira. “As empresas de logística sofreram pouco com a pandemia. Existe perspectiva de crescimento, mas isso depende da recuperação do País.”
(Com informações da Agência Estado)