A Log Commercial Properties (LOGG3) vive, nas palavras do CFO André Vitória, o melhor momento de sua história e entregou lucro líquido de R$ 94,7 milhões no terceiro trimestre de 2021, um incremento anual de 43% impulsionado pelo boom do e-commerce no Brasil.
O CFO da Log explicou que nos últimos 18 meses houve uma alteração nos hábitos de consumo. A mudança de comportamento, catalisada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), levou empresas a expandir as operações Brasil afora e instalar galpões em hot spots de consumo.
No terceiro trimestre, a desenvolvedora e locadora de galpões logísticos assinou dois novos contratos de BTS (built to suit) com o um player internacional de e-commerce. O primeiro, de 33 mil m² de Área Bruta Locável (ABL), no Ceará. O segundo, com 74 mil m² de ABL, fica em Pernambuco. Em 2021, a companhia fechou outros três contratos de BTS, totalizando 313 mil m² de ABL em três estados distintos.
“O fato de termos uma perspectiva de atuação conjunta a esses grandes players e eles já saberem como atuamos e conseguimos entregar ativos de qualidade naturalmente levará a novos pela frente, sejam BTS ou galpões especulativos com metragem menor”, disse André Vitória. “A tendência é de que venhamos a fechar mais contratos nessa linha.”
O executivo contou que já há negociações na mesa, entretanto a recente volatilidade do mercado de capitais deixou as companhias com um pé atrás. A previsão é de que até os primeiros meses de 2022 a Log tenha firmado dois novos contratos.
Log quer mais 700 mil m² de ABL até o fim do ano que vem
O resultado da Log no terceiro trimestre de 2021 endereçou a meta de crescimento para 2024, o chamado plano Todos por 1.5 — em referência à ambição de entregar 1,5 milhão de ABL.
De julho a setembro, a empresa entregou 114,2 mil m² de ABL, com 85% dos ativos pré locados. Até o final de 2022, o objetivo é alcançar 700 mil m² de ABL, sendo que 60% do valor já está pré-locado. O restante será divido meio a meio entre 2023 e 2024.
De acordo com André Vitória, o mercado de galpões de logística atravessa um momento positivo, especialmente para ativos Classe A, devido à alta demanda. Segundo o diretor, o principal ponto de atenção hoje é a deterioração das condições de mercado, com aumento da inflação e dos juros.
“Comercialmente, é o melhor momento da companhia. Vacância baixa, super carteira de clientes. O cenário interno é positivo. Entretanto taxas de juros em dois dígitos e uma inflação que foi contida mesmo com as ações do Banco Central podem fazer com que durante os próximos anos a velocidade do crescimento seja um pouco menor,” avaliou.
A expectativa não é de recuo, mas de desaceleração, com clientes reduzindo o passo da expansão. Paralelamente, o financiamento da Log também pode ser afetado. O CFO declarou que manteve conversas com fundos e bancos para realizar uma oferta subsequente de ações (follow-on). A resposta: não há clima no mercado.
Recentemente a Log captou uma dívida de R$ 450 milhões, com vencimento em sete anos e custo de CDI + 1,23%, após o swap. Mas na avaliação de André Vitória a principal fonte de funding é a venda dos ativos. Em setembro, a posição de caixa da empresa somava R$ 1,1 bilhão.