Lockdowns influenciam uma recuperação econômica mais rápida, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou nesta quinta-feira (8) que a adoção de medidas de isolamento social por países ao redor do mundo na primeira metade de 2020, com a finalidade de conter o avanço do coronavírus (Covid-19), prejudicou essas economias, em um momento de “contração dramática” em escala global. Entretanto, essas medidas podem colaborar com uma recuperação mais rápida e eficaz, relatou o documento.

Segundo o FMI, a análise feita por seus economistas revelou uma relação entre o lockdown imposto pelos governos e uma maior contração econômica. Ou até mesmo em casos de distanciamento social adotadas de maneira voluntária pela população, que também sofreram maiores impactos em suas economias.

“Na realidade, a análise sugere que lockdowns e distanciamento social voluntário tiveram papel quase comparável”, diz o documento do fundo.

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Apesar disso, o relatório informou que não tomar nenhuma medida de contenção e permitir que a doença “se espalhe sem controle” gera “consequências econômicas desastrosas”. Portanto, a suspenção do distanciamento social não leva à recuperação rápida da economia.

“Apesar de o relaxamento de medidas de lockdown poder levar a uma recuperação parcial, é provável que a atividade econômica permaneça reduzida enquanto houver riscos à saúde”, revelou o FMI.

De acordo com o documento, medidas tomadas cedo e que sejam mais severas possibilitam a redução significativa do número de casos de infeções.

“Apesar de envolver custos econômicos de curto prazo, medidas de lockdown podem abrir caminho para uma recuperação mais rápida ao conter a propagação do vírus e, com o tempo, reduzir a necessidade de distanciamento
social voluntário, possivelmente com efeitos gerais positivos na economia”, informou o fundo.

Além disso, o FMI sugeriu que os países busquem maneiras alternativas de conter o avanço do vírus, com custos econômicos menores, citando como exemplo a ampliação do volume de testes e do rastreamento de contatos, a promoção do uso de máscaras e o incentivo ao home office.

FMI: “a economia global está menos sombria do que se esperava”

O porta-voz do Fundo Monetário Internacional, Gerry Rice, informou no dia 24 de setembro que as estimativas feitas há três meses para o cenário econômico global eram “mais sombrias” do que os resultados recentes apontaram, citando o desempenho da China e de outras potências mundiais econômicas.

De acordo com o porta-voz do FMI, os dados econômicos recentes registraram resultados melhores que o previsto, porém, o cenário global permanece desafiador em função da pandemia causada pelo novo coronavírus, que prejudicou diversos setores da economia.

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Ao falar sobre os países em desenvolvimento e mercados emergentes, Rice expressou preocupação, principalmente com o aumento dos níveis da dívida, apontando que a a situação está “precária” na maioria destas nações, com exceção da China.

O porta-voz informou ainda que o FMI está pressionando o G20, para que ocorra a prorrogação de uma iniciativa que adie os pagamentos do serviço de dívida bilateral por países que enfrentam maiores dificuldades para depois de 2020.

 

Rafaela La Regina

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