O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, começou o ano com o pé esquerdo. Logo na primeira semana de 2022, a carteira teórica de ações da B3 (B3SA3) acumulou uma queda de 2,01%, fechando aos 102.719 pontos.
O principal motivo para a queda do Ibovespa neste começo de ano foi a subida da curva dos juros. E foram vários os motivos para essa alta: sinalização de alta dos juros nos EUA, novas ameaças fiscais envolvendo o governo, avanço da inflação e pesquisas eleitorais.
Com isso, a queda das ações foi praticamente generalizada, porém, empresas de tecnologia e de varejo sentiram mais essa instabilidade. Locaweb (LWSA3), Via (VIIA3) e Méliuz (CASH3) figuram na lanterna do Ibovespa nesta primeira semana.
Confira o tamanho do tombo dos ativos que lideraram as maiores quedas do Ibovespa entre os dias 03 e 07 de janeiro:
- Locaweb (LWSA3): -24,70%
- Positivo (POSI3): 24,40%
- Via (VIIA3): 20,57%
- Méliuz (CASH3): 19,44%
- Grupo Soma (SOMA3): 17,52%
1. Locaweb (LWSA3) lidera baixas do Ibovespa
A ação da Locaweb iniciou o pregão de segunda-feira (03) valendo R$ 13,28, mas ao final das operações de sexta-feira (07) estava cotada a R$ 9,91 . A variação equivale a perdas na ordem de 24,70%.
A principal desvalorização aconteceu na quarta (05), quando as ações caíram 12,78%, acompanhando o mau humor do mercado depois que o Federal Reserve, banco central americano, divulgou sua ata da última reunião. No documento, os dirigentes do Fed indicam a possibilidade de aumento dos juros já no primeiro encontro do ano em março.
A possibilidade de aumento dos juros dos EUA também pressiona a curva de juros de países emergentes, como o Brasil, já que esses países precisam correr atrás do valor, para manter os investimentos atrativos.
Porém, para empresas de tecnologia, como a Locaweb, aumento de juros no longo prazo significa menor lucratividade. Com isso, investidores veem menor crescimento e maior risco em investir nesses papéis.
2. Positivo (POSI3)
Recém integrada ao Ibovespa, a Positivo estreou sua listagem com queda no índice. As ações começaram valendo R$ 11,20 e terminaram avaliadas em R$ 8,24: queda de 24,40%.
O motivo que levou a queda nos papéis da Positivo é o mesmo que derrubou as ações da Locaweb. Como a avaliação dos investidores sobre o crescimento dessas empresas é baseado no futuro, o impacto da alta dos juros diminui a perspectiva de lucro.
A maior queda também foi registrada na quarta-feira, quando os papéis da empresa de tecnologia caíram 8,69%.
3. Via (VIIA3)
2022 continua sofrido para as empresas de varejo. Nesta primeira semana, a que mais perdeu foi a Via, com queda acumulada de 20,57%. Os papéis da dona das Casas Bahia saíram de R$ 5,27 na segunda para R$ 4,17 na sexta-feira.
A alta dos juros em soma com inflação elevada, num cenário de forte desemprego formaram a tempestade perfeita para as empresas de varejo. A perspectiva de menor poder aquisitivo pelos consumidores dificulta o negócio dessas empresas.
Com isso, o setor precisa trabalhar com mais crédito: para os clientes e para a própria empresa, representando maior risco para os investidores.
Junto com Via, amargaruram Magazine Luiza (MGLU3), que caiu 13,85%, Pão de Açúcar (PCAR3), -12,79%, e Americanas (AMER3), -12,29%.
4. Méliuz (CASH3)
Empresa de tecnologia que também opera com empresas de varejo, o Méliuz não teve nada que favorece seus papéis nesta primeira semana. A empresa de cashback caiu de R$ 3,24 para R$ 2,61 entre segunda e sexta-feira.
5. Grupo Soma (SOMA3)
Embora o Grupo Soma seja classificado como varejo de alta renda, nessa primeira semana de 2022 ele ficou ao lado do varejo popular, entre as maiores quedas do Ibovespa.
Os papéis da empresa dona da Farm e Hering caíram 17,52% entre segunda e sexta-feira, saindo de R$ 12,46 para R$ 10,50.