O pedido de recuperação judicial da Gol (GOLL4) pode abalar mais do que o tráfego aéreo: a Localiza (RENT3) comunicou ao mercado e acionistas nesta manhã que está avaliando a exposição à dívida da aérea.
Após o pedido de RJ da Gol, enviado nos Estados Unidos (Chapter 11) na última quinta-feira (25) e aprovado na sexta-feira (26, foram revelados os maiores credores da companhia érea.
Entre eles, a empresa de locação de veículos, Localiza (RENT3), figura entre umas das principais empresas cuja Gol deve acertar as contas.
Uma reportagem veiculada pelo Valor Econômico, no dia 26/01/2024 indicou uma exposição de US$2 milhões pela locadora.
Em contraponto, a Localiza esclareceu nesta segunda-feira (29) em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que “a sua exposição se refere a contratos de aluguel de carros gerados pela Gol e seu programa de Fidelidade [Smiles]. Tais contratos são de curto prazo, sendo cerca de R$ 10 milhões já faturados em 2023 e aproximadamente R$ 15 milhões a faturar, referentes ao ano de 2024.”
A Localiza reforçou que “está avaliando eventual impacto no balanço de 2023”, que deverá ser entregue na temporada de resultados de fevereiro.
A empresa ainda esclarece que manterá seus acionistas e o mercado informados acerca do tópico.
Quem são os credores da Gol (GOLL4)?
Ao todo, a Gol (GOLL4) tem compromissos financeiros a honrar com um número de 50 mil a 100 mil credores, segundo informações da RJ protocolada no Tribunal de Falências dos Estados Unidos do Distrito Sul de Nova York.
Entre eles, no topo das dívidas está BNY Mellon, com o qual a aérea tem dívidas financeiras na casa dos US$ 353,8 milhões de dólares (aproximadamente R$ 1,7 bilhão de reais).
Outros grandes credores da Gol são o Comando da Aeronáutica (por serviços de controle de tráfego aéreo e auxílio de navegação), a Vibra (VBBR3) e a fabricante de aeronaves Boeing (BOEI34).
O número de credores informado ao tribunal no âmbito do pedido de recuperação judicial deriva de um levantamento interno da Gol.
Para se ter uma noção, no pedido de recuperação judicial da Americanas (AMER3) constava cerca de 9 mil credores, em janeiro de 2023.