A Justiça decretou a falência da Livraria Cultura na quinta (9). A empresa apontou a queda de vendas de livros e a crise econômica brasileira desde 2014 como os motivos que selaram seu triste destino. A companhia ainda pode recorrer da decisão mas, caso ela seja mantida, as lojas precisarão ser lacradas em breve.
A sentença foi do juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A falência da Livraria Cultura ocorre após a empresa não conseguir honrar os pagamentos previstos em seu plano de recuperação judicial, que estava em vigor desde 2019.
“É uma convolação clássica: descumprimento de plano. O juiz deu oportunidades para se manifestarem, mas eles não apresentaram elementos fortes para manter a recuperação judicial“, afirmou Renato Leopoldo e Silva, líder de contencioso empresarial cível, recuperação judicial e arbitragem do escritório DSA Advogados.
O pagamento de direitos trabalhistas e demais credores dependerá do caixa da empresa. “Na falência, a ordem estabelecida em lei diz que há preferência nos pagamentos. Primeiro, vem os trabalhadores (150 salários mínimos por credor), e depois os créditos com garantia real, os créditos tributários e os quirografários (fornecedores e prestadores de serviço)”, comentou Adriana Conrado Zamponi, sócia de Wald, Antunes, Vita e Blattner Advogados.
A falência é sempre a pior situação para todos. Na recuperação judicial, mesmo com deságio no pagamento de valores, é melhor do que a falência.
Falência da Livraria Cultura
Atualmente, a empresa conta com uma unidade em São Paulo, no Conjunto Nacional, e outra em Porto Alegre (RS). Caso a decisão seja mantida, as lojas deverão ser lacradas
No pedido de recuperação judicial, a Livraria Cultura declarou ter R$ 285,4 milhões em dívidas. A companhia terá dois dias para identificar e avaliar seus bens. Podem ser vendidos imóveis, estoque e até sua marca. O processo de falência será feito pela Laspro Consultores.
Com Estadão Conteúdo