Para 2024 há uma grande expectativa para novas entradas de empresas na Bolsa de Valores brasileira, conforme a visão de analistas e publicado pelo jornal Estadão. Esse movimento poderia acontecer após mais de 2 anos de um verdadeiro “deserto” de novas empresas abrindo capital na B3, algo que não era visto desde 1998, destacou o jornal.
Conforme projeções do Bank of America, considerando as ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), negociações realizadas em bloco e follow-ons, a expectativa é de que as empresas listadas em Bolsa possam captar até R$ 120 bilhões.
“Estamos estimando um mercado de mais de R$ 100 bilhões e que pode chegar até a R$ 120 bilhões em captações, se vier a tempestade perfeita, com o corte de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano)”, afirmou Hans Lin, corresponsável da área de banco de investimentos do Bank of America no Brasil.
Caso as captações de IPOs e follow-ons chegassem de fato a marca de R$ 120 bilhões, se teria um número mais próximo do recorde histórico registrado em 2010, que foi de R$ 149 bilhões, conforme aponta um estudo publicado pela SulAmérica Vida, Previdência e Investimentos, a partir de informações da B3.
Além disso, o total de captações de follow-ons e IPOs só chegou a superar os R$ 100 bilhões em 3 ocasiões, mais especificamente nos anos de 2010, 2020 e 2021.
O Nubank (ROXO34) está entre os últimos IPOs realizados no Brasil. Nesse caso, a listagem aconteceu de forma conjunta na B3 e na Bolsa de Nova York em dezembro de 2021. Antes disso, em agosto daquele ano, também ocorreram os IPOs de Raízen e Oncoclínicas.
Segundo o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, mais de 50 empresas estavam planejando e se organizando para abrir capital na Bolsa de Valores nos últimos 2 anos, embora algumas delas já tenham revisto isso e até mudado de ideia.
Apesar disso, diversas empresas ainda estão entre as candidatas para estar na Bolsa de Valores brasileira daqui a alguns meses. Veja a seguir algumas das empresas que podem abrir capital em 2024 e o setor que elas pertencem:
- Pacaembu – Imobiliário
- Tegra – Imobiliário
- Kallas – Imobiliário
- Diagonal – Imobiliário
- Aegea – Saneamento
- Iguá – Saneamento
- CTG Brasil – Energia
- Rio Energy – Energia
- Rio Alto – Energia
- 2W Energia – Energia
- Cimed – Farmacêutico
- Eurofarma – Farmacêutico
- União Química – Farmacêutico
- Flora – Bens de consumo
- Oba Hortifruti – Varejo
- Kalunga – Varejo
- Nadir Figueiredo – Produtos de vidro
- V.tal – Infraestrutura digital
- Automob – Concessionária de automóveis
Apesar de as projeções dos últimos 2 anos também indicarem a volta dos IPOs, alguns fatores acabaram não colaborando para criar um contexto favorável para abertura de capital de novas empresas, como o risco fiscal brasileiro, guerras (Oriente Médio e Ucrânia) e principalmente elevações dos juros em diversos países do mundo, como nos EUA. Conforme esse cenário vai gradativamente se alterando, o ambiente pode se tornar mais favorável para a entrada das empresas na Bolsa.