Linx (LINX3): fundadores processam gestor da FAMA por calúnia
Em meio a disputa pela compra da Linx (LINX3), os fundadores da companhia, Alberto Menache, Nércio Fernandes e Alon Dayan, estão processando o co-fundador e portfólio manager da FAMA Investimentos, Fábio Alperowitch, por calúnia e difamação.
Segundo o SUNO Notícias apurou, os três fundadores da Linx ficaram incomodados com as declarações de Fábio, publicadas pela imprensa, em relação a proposta da Stone (Nasdaq: STNE) pela Linx, e, por isso, decidiram apresentar uma queixa-crime contra Alperowitch. Em agosto, por exemplo, o gestor da FAMA afirmou ao jornal “O Estado de S. Paulo” que a operação era “antiética e imoral” e que as empresas “não deveriam manchar sua história com atitudes tão baixas”.
“Em meio a uma disputa acirrada em relação a compra da Linx, um processo nesse âmbito soa um pouco estranho e pode abrir margem para uma interpretação de perseguição”, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
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Apesar da relação com as empresas, o processo por crimes contra a honra é realizado no âmbito das pessoas físicas. O código penal brasileiro prevê que crimes contra a honra atentem contra a “honra subjetiva ou a honra objetiva, seja ofensa a dignidade pessoal ou a fama profissional, retirando do indivíduo seu direito ao respeito pessoal”.
A FAMA Investimentos possui 3% da Linx e, desde o início das negociações pela aquisição da empresa, se demonstrou contrária aos termos de uma possível aquisição da Linx pela Stone.
O entrevero entre a FAMA e a Linx teve início justamente em relação a participação dos três fundadores na negociação de venda da companhia de empresa de softwares para o varejo para a Stone.
No início de agosto, a FAMA divulgou carta aberta em que apontava que a proposta de R$ 6,04 bilhões da Stone previa que os principais executivos da Linx iriam receber cerca de R$ 46 por ação, valor cerca de 35% maior do que o recebido pelos minoritários.
Para a FAMA, o valor maior era um prêmio “disfarçado” para os fundadores da Linx, o que prejudicaria os acionistas minoritários. Na carta, a FAMA afirma que os prêmios “ferem nitidamente os bons princípios de governança corporativa, bem como a conduta moral e ética que não apenas esperamos mas exigimos das companhias”.
Caso a proposta da Stone fosse aceita nesses termos, especialistas previam que a disputa entre minoritários e os fundadores da Linx poderia parar na Justiça. Com o processo por crime contra a honra, a judicialização da disputa parece ter começado.
Procurados pelo SUNO Notícias, os fundadores da Linx e o gestor da FAMA, Fábio Alperowitch, não se manifestaram.
Linx é alvo de disputa entre Stone e Totvs
Desde o início de agosto, a Linx vem sendo alvo de uma disputa entre Stone e Totvs (TOTS3). No último dia 11, a Stone realizou uma oferta de R$ 6,04 bilhões pela Linx, sendo 90% do valor em dinheiro e 10% em ações. Além disso, a Stone iria emitir cerca de US$ 1 bilhão em ações para financiar a transação.
Com a polêmica em relação aos minoritários, a Totvs entrou na disputa e enviou, dias depois, uma proposta de combinação de negócios para a Linx e, logo depois, de aquisição por R$ 6,1 bilhões.
A proposta inicial previa que cada acionista da companhia em negociação receberia uma ação de emissão da Totvs mais R$ 6,20 por cada papel de sua titularidade. Ao fim, os investidores da Linx possuiriam 24% do capital total de votante de Totvs.
Tanto a Stone quanto a Totvs não desistiram do negócio e vêm prometendo aumentar as propostas para aquisição da Linx. As propostas, no entanto, precisam ser aprovadas em assembleia dos acionistas.
A Totvs comunicou ao mercado, há uma semana, que ofereceu a Linx o pagamento de uma multa de R$ 100 milhões, caso a operação, depois de aprovada pelos acionistas de ambas as companhias, não seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O movimento acontece após a Stone (NASDAQ: STNE) subir a oferta com uma nova proposta à desenvolvedora de software e cobrir o valor proposto pela Totvs.
Na cartada mais recente, a Linx informou ao mercado em geral que por indicação dos membros do Comitê Independente, a companhia contratou a BR Partners Assessoria Financeira Ltda. para elaborar uma “fairness opinion”, em benefício do Comitê Independente, sobre a proposta da Totvs.