A compra da Linx (LINX3) pela Stone (Nasdaq: STNE) deve gerar mais preocupação aos acionistas da empresa. Se por um lado o negócio de R$ 6,04 bilhões promete movimentar o mercado de meios de pagamentos, por outro, ainda enfrenta uma série de questões que, mesmo que iniciais, já geram discussões de acionistas e o órgão regulador com as companhias.
Um dia após o anúncio da aquisição, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais brasileiro, abriu dois processos para analisar o negócio entre a Linx e a Stone.
O primeiro processo é relativo a informações, publicadas por veículos de comunicação ou pelas próprias empresas por meio de fato relevante, que dizem respeito ao negócio. A CVM identificou alguma informação e questionou a Linx sobre isso -procedimento que é, de certa forma, rotineiro. Ainda não se sabe quais informações que o órgão analisa dado que o processo é bem recente.
Além disso, no segundo processo, a CVM analisa a fusão, de fato, entre as companhias. Nas redes sociais, usuários apontaram compras antecipadas de agentes ligados ao negócio, o que poderia representar o chamado insider.
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Procurada pelo SUNO Notícias, a CVM não comentou as razões do processo e informou que não comenta casos específicos.
“O assunto objeto de sua demanda está sendo analisado no âmbito do Processo Administrativo 19957.005563/2020-75, em linha com o trabalho definido no Plano de Supervisão Baseada em Risco (SBR) da CVM. A Autarquia não comenta casos específicos e destaca que, por meio da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), analisa, entre outros pontos, a regularidade das operações divulgadas, seja nos termos do SBR, seja em demandas do público em geral”, disse, em nota, o órgão.
Minoritários da Linx e multa caso negócio com Stone não saia
Além dos processos da CVM, o negócio entre Linx e Stone ainda enfrenta outros pontos polêmicos. A gestora Fama Investimentos, que possui uma participação de cerca 3% na Linx, divulgou nesta quinta-feira (13), um documento criticando os termos da aquisição.
Segundo a gestora, os principais executivos da companhia irão receber cerca de R$ 46 por ação, valor que dá cerca de 35% a mais do que o valor recebido pelos minoritários. De acordo com uma fonte ouvida pelo SUNO Notícias, o negócio pode parar na Justiça caso não haja um acerto entre as partes.
O problema, porém, é que, caso o negócio não vá para a frente, os acionistas da Linx deverão pagar cerca de 25% do valor da multa de R$ 605 milhões para acionistas da Stone, como fator compensatório, conforme documento obtido pelo SUNO Notícias demonstra.
Dessa forma, os acionistas da Linx devem ser chamados à mesa de reunião antes da assembleia que deverá aprovar o negócio. A expectativa é que haja um acerto entre as partes, a fim de apaziguar os ânimos. “Cenas do próximo capítulo”, definiu uma fonte com conhecimento do assunto.