A Light (LIGT3) divulgou ontem, por volta das dez da noite, o balanço do seu terceiro trimestre de 2020. A companhia viu seu lucro líquido caindo 91% na comparação com o terceiro trimestre de 2019, atingindo R$ 136 milhões.
Segundo a empresa, houve impacto não recorrente no terceiro trimestre de 2019 de um processo judicial referente ao ICMS e ajustes na Renova que alteraram a base de cálculo. Sem estes efeitos, a empresa teria tido prejuízo de R$ 11 milhões no terceiro trimestre de 2019. Com os efeitos, a empresa teve lucro de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre do ano passado.
A receita operacional líquida da companhia somou R$ 2,94 bilhões, ante R$ 3,7 bilhões no ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado foi de R$ 587 milhões, quase metado do Ebitda de R$ 1,084 bilhão visto um ano antes. Comparando com o Ebitda recorrente, no entanto, o Ebitda cresceu 101%.
Segundo o relatório, a Covid-19 teve um impacto de cerca de R$ 30 milhões no trimestre. No acumulado desde o início da pandemia, este número seria cerca de R$ 148 milhões.
Na controlada Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light SESA), o efeito negativo foi ainda mais proeminente: a queda no faturamento com as tarifas da Parcela B e perdas não técnicas somou R$ 52 milhões negativos.
Ainda quanto à pandemia, a companhia vem tomando uma série de medidas para atenuar o impacto no caixa: em setembro, houve a 19ª e 20ª emissões de debêntures, em que levantou R$ 1,1 milhão.
Mas o pior, para a empresa, já está passando. A companhia, neste terceiro trimestre, pode deixar de vedar a suspensão de fornecimento de energia aos inadimplentes, o que havia sido estabelecido por decreto e perdurou até o começo de agosto.
Para evitar problemas futuros, a Light afirma que está acompanhando bem os níveis de adimplência, com o fim de mitigar eventuais impactos no restante do ano.