Light (LIGT3) precifica follow-on a R$ 20 por ação; Cemig (CMIG4) sai com R$ 1,7 bi
A Light (LIGT3) informou, na noite da última terça-feira (19), que precificou em R$ 20 por papel sua oferta subsequente de ações (follow-on). Dessa forma, a operação irá movimentar R$ 2,74 bilhões, com a Cemig (CMIG4), estatal mineira, levando metade e se desfazendo de sua posição na empresa.
A operação consistirá em uma oferta primária de 68.621.264 novas ações ordinárias, levando os recursos ao caixa da Light, enquanto a Cemig irá vender seus 68.621.264 papéis, o equivalente a uma participação de 22,5% na companhia.
Com a precificação de R$ 20 por ação, os subscritores da oferta terão um deságio de 7,3% sobre a cotação de fechamento do último pregão, de R$ 21,59. A Light passará a ser uma corporation, termo atribuído a empresas com capital pulverizado, sem um controlador.
A empresa disse que pretende utilizar os recursos levantados com o follow-on para fortalecer e otimizar sua estrutura de capital, com redução do endividamento e melhorando sua posição de caixa.
Cemig pressionava Light por um preço maior
Segundo o site Brazil Journal, a precificação da oferta somente foi divulgada na noite da última terça pois a Cemig pressionava nas negociações por uma precificação de, ao menos, R$ 21 por papel.
Há cerca de 10 dias, os papéis da Light eram negociados a R$ 24, o que fez com que a Cemig cogitasse uma saída do capital da empresa vendendo suas ações entre R$ 22 e R$ 23. Na segunda, no entanto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) colocou em audiência pública a forma com que algumas distribuidoras ganham créditos do PIS/Cofins, o que deverá ser repartido com os consumidores.
No fim do dia, as ações da Light caíram 5,51%, e na terça mais 1,73%. A Light, entretanto, convenceu a Cemig a prosseguir com a oferta, pois um cancelamento também faria com que ela não enchesse o bolso com sua parte da operação.
Essa foi a primeira oferta de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em 2021, e o maior follow-on do setor elétrico desde 2005. A operação marca o início do turnaround da Light, que está sob o comando de um chairman e um CEO que recentemente chegaram da Equatorial (EQTL3).