“Efeito Americanas (AMER3)”? Light (LIGT3) deve pedir recuperação judicial, diz jornal
A Light (LIGT3) pode estar prestes a pedir recuperação judicial. Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, a empresa, que tem na composição Ronaldo Cezar Coelho (20%) e Beto Sicupira (10%), que também é acionista referência da Americanas (AMER3), precisaria de um financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.
Responsável pela geração, distribuição, comercialização de energia elétrica na região metropolitana do Rio de Janeiro, a empresa reportou uma dívida líquida de R$ 8,7 bilhões no terceiro trimestre de 2022.
No contexto contábil atual, isso representa cerca de três vezes o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa. Com isso, o valor de mercado da Light foi reduzido a R$ 1,22 bilhão.
Entre os acionistas da Light estão o fundo Samambaia Master FIA (20% do capital), o fundo Santander PB Fundo de Investimentos em Ações (10%) e a BlackRock (9,2%).
Procurada pelo Suno Notícias, a Light negou a informação por meio de nota. Confira abaixo:
“Conforme já divulgado, a Light recentemente contratou a Laplace para assessorá-la na avaliação de estratégias financeiras que viabilizem a melhoria de sua estrutura de capital e de alternativas para tanto. Portanto, não procede a informação de que a Companhia estaria na iminência de pedir recuperação judicial.”
Light sofre rebaixamento
As ações da Light despencaram na última semana, após a Fitch, uma das maiores agências de risco do mundo, rebaixar drasticamente a classificação da companhia.
A agência viu um aumento do risco de calote da companhia, diminuindo seu rating referente às Issuer Default Ratings (ou IDRs) em Moedas Local e Estrangeira.
Os especialistas, aliás, citam nominalmente a Americanas (AMER3) – pivô de um ceticismo quanto à saúde financeira de outras empresas que têm como sócios Lemann, Sicupira, ou Marcel Telles.
“O rebaixamento reflete um risco de crédito substancial para a Light no pagamento pontual de principal e juros de suas obrigações após o anúncio de que havia contratado a Laplace Finanças com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital, e a estratégia no mercado de crédito mais restritivo, devido à inadimplência da Americanas”, diz a Fitch.
A nova classificação da Light é de “CCC+” – antes a classificação era de “BB-“. Dentro das descrições da Fitch sobre cada rótulo, agora a Light tem um risco de crédito que representa um “Grau Extremamente Especulativo”, a 6ª pior classificação dentre 22 rótulos possíveis.
Cotação
As ações da Light fecharam o pregão desta segunda-feira em queda de -1,90%, cotadas a R$ 3,10. No acumulado dos últimos 12 meses, os papéis da empresa tiveram uma desvalorização de 69,93%.
**Matéria atualizada no dia 7 de fevereiro com o posicionamento oficial da Light