O conselho de administração da Light (LIGT3) desistiu do seu pedido de recuperação judicial, informa a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, notícia confirmada pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (5).
O pedido de recuperação judicial foi realizado em maio de 2023 e enviado para a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A dívida da Light atualmente está na casa dos R$ 11 bilhões.
A Light ainda não divulgou oficialmente a suspensão do pedido. A partir do momento em que a empresa anunciar a desistência de maneira formal, ela vai passar a realizar a negociação desses valores de forma direta com seus credores.
O pedido de recuperação judicial da Light foi aceito pela Justiça após 48 horas da solicitação. Foi contestado por credores, uma vez que a legislação não permite que concessionárias de serviço público possam fazer essa solicitação para sanar suas dívidas.
Pedido de recuperação judicial
Em julho de 2023, a Light apresentou seu novo plano de recuperação judicial. Na ocasião, a empresa explicou os principais pontos do plano, por meio de fato relevante divulgado ao mercado.
“O plano estabelece os termos e condições propostos relativamente às principais medidas que poderão ser adotadas visando a superação da atual situação econômico-financeira da companhia e seus eventuais reflexos em algumas de suas subsidiárias, a manutenção dos serviços prestados no âmbito das concessões de titularidade do Grupo Light, a continuidade de suas atividades, a preservação de valor e a promoção de sua função social”, disse a empresa, em fato relevante.
A companhia havia proposto quatro alternativas de recuperação total de créditos, assim como 2 com desconto de até 60%, totalizando seis opções de pagamento.
Uma das opções previa o recebimento à vista de créditos no valor de até R$ 10.000,00 por credor que detinha títulos de dívida, principalmente os debenturistas. Ou seja, seria uma medida voltada a cerca de 25 mil investidores pessoas físicas que adquiriram debêntures da Light.
Além disso, a Light também trouxe a possibilidade de capitalização de créditos quirografários dos credores, de modo que estes receberiam ações da Light que ainda seriam emitidas.
De qualquer modo, a Light teria desistido do processo de recuperação judicial, conforme apontaram as fontes próximas ao assunto.