A LG Informática enviou ontem o pedido de interrupção por 60 dias do prazo de análise de registro de sua oferta pública de ações (IPO, em inglês) à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A LG pretendia captar valor próximo de R$ 900 milhões, considerando o preço de R$ 17,50, o meio da faixa de R$ 15,00 a R$ 20,00 por ação prevista. Segundo fontes do jornal O Estado de S.Paulo, o adiamento do IPO foi decidido por conta das condições do mercado, que se tornaram adversas desde meados de fevereiro.
O agravamento da pandemia e a lentidão da vacinação, além da instabilidade na política e macroeconômica, deixaram investidores mais seletivos. Fontes disseram que, nas últimas semanas, alguns potenciais investidores foram sondados sobre eventual interesse na aquisição das ações em patamar ainda inferior ao piso. O Itaú BBA, UBS-BB e BTG Pactual atuam na operação.
A LG Informática não tem relação com a companhia sul-coreana e é uma empresa de Goiás que desenvolve soluções de tecnologia para gestão de recursos humanos nas empresas.
LG Informática se junta a empresas que estão fugindo da Bolsa
Com a maior volatilidade do mercado interno, em meio à pandemia e ruídos políticos, o ambiente ficou pouco propício para a chegada de novas empresas à Bolsa, uma vez que as companhias já listadas – com histórico comprovado – passaram a representar oportunidades de investimento.
“Se o cenário interno não melhorar, suponho que a minoria das empresas desta lista da CVM de fato fará IPO”, afirma João Arthur Almeida, sócio da Slice Investimentos e gestor do Jaú, clube de investimentos. Para ele, não haverá demanda no mercado para absorver todas as ofertas, sobretudo quando a “torneira” dos Bancos Centrais for fechada e a liquidez mundial diminuir, o que explica a suspensão do IPO da LG Informática.
(Com informações do Estadão Conteúdo)