O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, afirmou que a devolução de R$ 126 bilhões da instituição à União terá uma condição. O governo deve antes pagar os financiamentos que o banco concedeu com investimentos feitos pelo Tesouro. A declaração foi feita numa entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo.
“Tem dinheiro que está emprestado à Caixa, ao Banco do Brasil, e a algumas agências de fomento, além de Estados e municípios”, disse o presidente do BNDES. “Aí depende de esses devedores poderem devolver, por conta do programa a que estão associados”.
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Levy disse que o BNDES vai adiantar a devolução do dinheiro à União se esse repasse não comprometer a saúde financeira do banco. Ele também comparou a instituição financeira à Nasa (agência aeroespacial dos Estados Unidos), para quem ambos estariam revendo suas formas de atuação nas respectivas expansões econômica e tecnológica em seus países.
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Na última terça (19), também em entrevista ao jornal, o secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, disse que o BNDES tem condições de devolver os R$ 126 bilhões que deve à União. “Mandamos um ofício com a solicitação de devolução antecipada de R$ 100 bilhões, além dos R$ 26 bilhões já previstos para o ano”, declarou. “Como o ministro Paulo Guedes falou, tem que ‘despedalar’ o BNDES. A devolução está totalmente condicionada à situação de liquidez, solvência e governança do banco”.
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Quando o próprio Joaquim Levy era ministro da Fazenda, no governo de Dilma Rousseff, o governo fez aportes de mais de R$ 500 bilhões no BNDES – dinheiro que o banco começa a devolver agora. Hoje no outro lado da operação, à frente da instituição, Levy diz que a contrapartida para essa devolução é a recuperação dos investimentos feitos pelo BNDES. A conta é de que a soma de tudo que estados, municípios, Caixa Federal, Banco do Brasil e a Finep devem ao banco chegue a R$ 36,52 bilhões.