Onze executivos e agentes do grupo Techint foram denunciados nessa quarta-feira (3) pela força-tarefa da Lava Jato, pelo pagamento de mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 milhões) em propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras (PETR3; PETR4), Renato Duque.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) os crimes foram “cometidos no interesse de contratos celebrados entre a Confab Industrial, empresa do mencionado grupo econômico, e a Petrobras entre 2007 e 2010”.
Ademais, a pasta salientou que o grupo Techint, além de pagar reiteradamente valores a agentes públicos brasileiros, na intenção de obter contratos de prestação de serviços e fornecimento de produtos, os pagamentos também influenciaram a política de negócios internacionais da petrolífera estatal.
Segundo a procuradoria, “foi apurado que a Petrobras podia realizar licitação internacional para aquisição dos bens e serviços fornecidos pela Confab, mas que, por influência de Duque, a Petrobras manteve a política de negociação direta nas compras dos tubos. Em troca, o ex-diretor da estatal recebeu valores pagos a título de corrupção sobre cada contrato firmado”.
A procuradoria ainda afirmou que “foi descoberto um complexo sistema de pagamentos de vantagens indevidas realizados por meio contas estrangeiras em nome de empresas offshores, além da contratação, pelo Grupo Techint, de empresa de serviços de consultoria, que não prestavam nenhuma atividade técnica”.
O procurador Marcelo Ribeiro de Oliveira declarou que “o esquema envolvia muitos agentes e extrapolou a mera prática criminosa de corrupção de agestes públicos”. Oliveira ainda completou dizendo que o esquema afetou diretamente a política de negócios da estatal, e isso corrompeu ” o devido processo licitatório e a garantia da ampla concorrência, fundamental quando se trata de grandes contratos públicos”.
Vale destacar que em outubro do ano passado, a Lava Jato investigou executivos do Grupo Techint. Segundo o MPT, a companhia conseguiu contratos de R$ 3,3 bilhões referentes a obras nas refinaria Landulpho Alves e no Gasduc III entre 2007 e 2010.
O SUNO Notícias procurou a Techint, mas não obteve resposta até a publicação dessa matéria.
Justiça manda Petrobras rebatizar campo de Lula
De acordo com o secretário especial de desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, a Petrobras deverá rebatizar o campo de Lula, localizado na Bacia de Santos. Este é o campo que mais produz no setor, atualmente, no País. A fala do secretário foi proferida em um “tuíte” na noite da última quarta-feira.
Veja também: Petrobras (PETR4) dá início a fase não-vinculante na Bacia de Camamu
Mattar pulicou em seu twitter uma postagem dizendo que o nome do campo em questão voltará a ser “Tupi”, pois a nomenclatura “Lula” gerava “promoção pessoal para o ex-presidente”, de acordo com a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.