Leilão ‘longo” das ações do IRB (IRBR3) não foi o único na história da B3

A decisão da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) de colocar as ações do IRB Brasil (IRBR3) a leilão durante todo o pregão, na última sexta-feira (29), e por metade do pregão nesta segunda-feira (1), gerou muita polêmica no mercado.

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Especialmente no grupo do Telegram “Short squeeze IRB”, onde as acusações contra a B3 e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alcançaram níveis extremos.

Entretanto, a decisão da B3 é legitima, baseada nas regras sobre o funcionamento do mercado de capitais no Brasil. E, além disso, há outros casos na história recente do mercado financeiro onde ocorreram leilões da mesma duração.

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Em primeiro lugar, decisão da B3 é baseada no argumento de que em “momentos de volatilidade, o mecanismo de leilão promove uma melhor formação de preços com base em todas as ofertas de compra e venda disponíveis no mercado, resultando em maior proteção para os investidores”.

A Bolsa de Valores de São Paulo atuou na base do art. 2 e do art. 9 da ICVM 168, além do art. 60 do Regulamento de Negociação da B3.

Precedentes de leilão do IRB

Além disso, houve já outros casos em que ações de empresas cotadas na Bolsa entraram em leilão por tanto tempo assim.

Por exemplo é o caso da incorporadora Gafisa (GFSA3), que entrou em leilão no dia 14 de fevereiro de 2019.

Naquela ocasião o leilão movimentou 14,6 milhões de ações, o equivalente a 33,67% do capital da incorporadora. O volume financeiro foi de R$ 131,4 milhões, com um preço de R$ 9,00 por ação.

Com o leilão, a Planner Corretora teria arrematado a totalidade das ações para um grupo de investidores interessados no ativo.

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Outro caso ocorreu com a Mundial (MNDL3), empresa gaúcha fabricante de alicates e produtos de cozinha, no dia 29 de junho de 2011, após a famosa “Bolha do Alicate”.

Em questão de semanas, as cotações das ações da empresa subiram cerca de 2.000%, caindo logo em seguida mais de 90% após poucos dias.

Isso motivou a B3 a intervir, colocando em leilão as ações da empresa durante o dia inteiro.

Em comunicado divulgado antes do leilão das ações do IRB, a B3 deixou claro que vai continuar atuando dessa forma para garantir a correta determinação dos preços no mercado financeiro.

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Carlo Cauti

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