A venda de debêntures de um fundo secreto do empresário Eike Batista não recebeu propostas e, portanto, fracassou pela segunda vez em dois meses. O leilão marcado para esta terça-feira (16) tinha lance mínimo de R$ 1,25 bilhão, valor que seria usado para quitar parte das dívidas remanescentes do empresário.
Ao todo, houve cinco manifestações de interesse pelos ativos de Eike Batista, mas ninguém apresentou propostas formais. Segundo o jornal Valor Econômico, entre os interessados estariam BTG Pactual (BPAC11), Credit Suisse e alguns fundos de investimentos.
A quantia levantada pelo certame seria usada para pagar os credores da MMX Sudeste. Os profissionais que assessoram o leilão procuraram a Vara Empresarial de Belo Horizonte, que determinou o processo, para que seja realizada uma nova concorrência, em data futura.
Existe a possibilidade, no entanto, de que o novo leilão seja realizado de forma privada, o que poderia deixar o processo com menos transparência, disseram interlocutores ao Valor.
Essa é a segunda vez que os ativos de Eike Batista vão a leilão judicial. No último mês de julho, a Justiça de Minas Gerais tentou vendê-los pelo preço mínimo de US$ 350 milhões, mas ninguém se interessou pelos títulos.
O segundo processo, então, aconteceu com um deságio de quase 35%, contando o desconto e a variação cambial entre os períodos.
Eike Batista já foi homem mais rico do Brasil
Com uma fortuna então avaliada em US$ 34,5 bilhões, Eike Batista já foi considerado o homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo. Mas a historia do empresário mudou quando o empresário virou alvo da Operação Lava Jato. Acabou condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado.
Batista foi preso e, depois, firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Suas empresas, então, passaram a não entregar resultados satisfatórios e logo se formou uma fila de credores.
Diante das dívidas, pedir recuperação judicial foi o caminho natural para Eike Batista, com processo iniciado em 2013. Os pedidos de recuperação judicial do conglomerado se destacaram pelo tamanho das dívidas, colocando à prova a então Lei de Falências, aprovada em 2005.