Valor estimado do leilão do 5G é negativo para as teles, diz Credit Suisse

O Credit Suisse vê como negativas as notícias sobre o valor a ser cobrado no leilão do 5G para as empresas do setor. Na sexta-feira (26), o presidente da Anatel, Leonardo Euler, afirmou esperar que o valor da licitação fique entre R$ 33 bilhões a R$ 35 bilhões.

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Na análise do banco, do valor total estimado do leilão do 5G, R$ 23 bilhões serão em obrigações de cobertura e o restante em taxas iniciais (preço mínimo), tal valor representa risco de queda para as estimativas do banco para as empresas de telecomunicações.

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“É importante ressaltar que esse número é preliminar e ainda será analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Se confirmado, tal valor representaria risco de queda para nossas estimativas. Vemos as notícias como negativas”, escreveu o Credit Suisse em seu relatório.

Segundo Euler, os R$ 23 bilhões em obrigações podem ser divididos da seguinte forma:

  • R$ 2,6 bilhões para cobertura móvel de estradas;
  • R$ 2,5 bilhões para levar a infraestrutura a 1.280 municípios;
  • R$ 2,5 bilhões para migrar a TV aberta da banda C para banda Ku;
  • R$ 1 bilhão para construir uma rede 5G privada para o governo;
  • R$ 1,5 bilhão para financiar o projeto de inclusão digital na Amazônia;
  • R$ 13 bilhões para fornecer cobertura móvel em 14 mil localidades sem acesso;
  • Os restantes, entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, devem compor o preço mínimo do leilão.

“Não esperamos que o processo de licitação seja competitivo e potencialmente leve preços a muito mais altos”.

Leilão do 5G pode ter impacto potencialmente menor no preço-alvo

Apesar do banco ver como negativas as notícias sobre o valor a ser cobrado no leilão do 5G, a instituição acredita que o impacto efetivo no preço-alvo das companhias pode ser menor. Isso porque, parte das obrigações do 5G podem fazer parte do plano de investimentos existentes das teles.

“As declarações do presidente da Anatel sugerem que os desembolsos podem chegar a R$ 10 bilhões por operadora, considerando TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro como participantes iguais, além de algumas empresas regionais”.

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“Nossas estimativas oficiais consideram atualmente, R$ 5 bilhões em desembolsos para a TIM e R$ 3 bilhões para a Vivo, então os R$ 10 bilhões sugeridos pela Anatel implicariam em um risco de queda de R$ 2 por ação para TIM e de R$ 4 para Vivo”, analisou o banco.

A instituição analisa que a tecnologia 5G pode trazer fluxos de receita adicionais que podem implicar em risco de alta para a estimativa do banco.

“As ações ainda oferecem uma boa alta, mesmo ajustando para maiores desembolsos de 5G. Embora o fluzo de notícias seja negativo, estamos vendo atualmente a TIM e a Vivo negociando em níveis descontados. Mesmo se considerarmos o valor mais alto para os desembolsos do leilão do 5G em nosso preço-alvo, ainda veríamos ações oferecendo alta”.

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Poliana Santos

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