A varejista de malas, bolsas e mochilas, Le Postiche, entrou em recuperação judicial após acumular dívidas de R$ 64,6 milhões com a queda drástica na demanda por artigos de viagem em função da pandemia de coronavírus (covid-19).
A Le Postiche chegou a ter cerca de 250 lojas no Brasil. Ao passo que atualmente, são 143 unidades, sendo 45 próprias e 98 franqueadas. A empresa tem 600 funcionários diretos.
De acordo com o pedido de recuperação judicial realizado no dia 20 de abril deste ano, os artigos de viagem correspondem a 48% do faturamento da empresa. Além disso, o fechamento de escolas na pandemia também afetou a venda de mochilas e outros artigos escolares.
A companhia havia registrado crescimento nas vendas em 2018 e 2019, após passar por um processo de reestruturação em 2017, conforme informou, ressaltando que teve que recorrer a empréstimos e refinanciamentos bancários para se organizar nesse período, no entanto, antes da pandemia vinha conseguindo arcar com seus compromissos, informou.
Sobre a Le Postiche
A Le Postiche foi fundada em 1960. Os sócios do Antoine Cabeleireiro, salão de beleza em São Paulo, criaram a fábrica AAA Ind. e Com. LTDA, especializada em criação de perucas. Em pouco tempo, a fábrica passou a empregar 500 funcionários.
Em 1967, Álvaro Restaino, filho do sócio da empresa, Antônio Restaino, passa a fazer parte do quadro de funcionários da fábrica. Assim nasceu a empresa, com o objetivo de vender perucas. Contudo, alguns anos depois, com o uso da peruca caindo, a empresa mudou de foco e passou a vender bolsas de couro para o mercado exterior.
De acordo com o site da empresa, a Le Postiche é atualmente a maior rede de bolsas, malas e acessórios de viagem do Brasil, sendo considerada pelos seus consumidores como uma marca “top of mind” em artigos de couro, acessórios de viagem e infantil.