A Latam Airlines, em recuperação judicial nos Estados Unidos, registrou prejuízo de U$ 890 milhões (cerca de R$ 4,8 bilhões) no segundo trimestre de 2020. No mesmo período no ano passado, a companhia aérea havia registado prejuízo de US$ 62,8 milhões. Esse resultado é “explicado pela queda no resultado operacional em virtude da pandemia do novo coronavírus (covid-19)”.
O valor total de receitas no período de abril a junho alcançou o valor de US$ 571,9 milhões, queda de 75,9%, quando comparado com 2019. De acordo com a Latam, esta redução foi conduzida por uma diminuição de 93,3% nas receita de passageiros, explicada por uma redução de 93,7% na capacidade medida por assentos-quilômetros oferecidos (ASK).
As despesas operacionais totais diminuíram 45,6%, durante o segundo trimestre, para U$ 1,2 bilhão.
“Em 26 de maio de 2020, e em função da covid-19 na indústria da aviação mundial, a Latam Airlines Group e as suas filiadas entraram com um pedido de proteção voluntária nos termos reorganização financeira dos EUA. Esse processo oferece à companhia a oportunidade de trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando”.
No fim do segundo trimestre de 2020, a Latam reportou US$ 1,4 bilhão em caixa e equivalentes de caixa, incluindo determinados investimentos de alta liquidez contabilizados como outros ativos financeiros circulantes. Entre março e abril, a empresa obteve a totalidade dos US$ 600 milhões na linha de crédito rotativo.
A companhia encerrou o mês de junho com a dívida financeira em US$ 6,8 bilhões, uma queda de U$ 803,6 milhões, na comparação com o trimestre anterior.
Latam demitirá 38% do total de tripulantes, diz sindicato
A Latam Brasil informou mês passado que irá iniciar um processo de demissão em massa, de, no mínimo, 2,7 mil pilotos e comissários, volume equivalente a 38% do total de tripulantes, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
A companhia aérea anunciou a sua decisão após o fim das negociações junto aos trabalhadores. Os tripulantes rechaçaram nesta sexta-feira que o sindicato continue negociando com a Latam uma redução permanente de salários.
Conforme consulta feita pelo SNA, 79% dos comissários, 71% dos copilotos e 74% dos comandantes votaram contra a autorização.
“A Latam é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor”, informou a empresa, em nota.