Após demitir 2,7 mil pilotos e comissários de bordo no início de agosto, a Latam Airlines pode dispensar outros 1,2 mil tripulantes, conforme foi informado na petição apresentada na última segunda-feira (21) ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). A companhia aérea tenta negociar com funcionários uma redução permanente na remuneração, mas, se não chegar a um acordo, deverá optar pelas demissões.
Em julho haviam ocorrido conversas para alterar o modelo de remuneração dos profissionais entre a Latam e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). No entanto, como não houve acordo, a empresa desligou os 2,7 mil funcionários. O segmento de voos internacionais continua praticamente paralisado por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19) as negociações foram retomadas em uma tentativa de evitar a demissão de outros 1,2 mil aeronautas.
Enquanto a Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL4) fecharam com o SNA uma proposta de redução temporária de salários até o fim de 2021, a Latam propõe uma mudança permanente. Mais antiga no mercado, a companhia é hoje a que paga salários mais altos e diz que precisa se adequar aos padrões atuais de remuneração. Em julho, porém, o sindicato levou a proposta da Latam aos trabalhadores, mas a rejeição foi de quase 90%.
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Caso ocorra uma nova rodada de demissões, deverão ser desligados 400 pilotos e 800 comissários. Antes da crise da covid-19, eram 7 mil tripulantes – hoje, são 4,2 mil.
Em recuperação judicial nos Estados Unidos desde maio, a Latam conseguiu a liberação de um empréstimo de US$ 2,4 bilhões na semana passada.
Em nota, a companhia afirmou que, caso “não consiga chegar a uma negociação com o Sindicato dos Aeronautas, lamentavelmente terá que reduzir seu quadro excedente de tripulantes”.
Latam demite 38% do total de tripulantes, diz sindicato
A Latam Brasil havia informado em julho deste ano que iniciaria um processo de demissão em massa, de, no mínimo, 2,7 mil pilotos e comissários, volume equivalente a 38% do total de tripulantes, de acordo com o SNA.
A companhia aérea anunciou a sua decisão após o fim das negociações junto aos trabalhadores. Os tripulantes rechaçaram que o sindicato continue negociando com a Latam uma redução permanente de salários.
Conforme consulta feita pelo SNA, 79% dos comissários, 71% dos copilotos e 74% dos comandantes votaram contra a autorização.
Com isso, a companhia decidiu abrir um pedido de demissão voluntária (PDV) de julho até inicio de agosto. Depois desse período foi iniciado o processo de desligamento.
“A Latam é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor”, informou a empresa, em nota.
A companhia emprega cerca de 2.000 pilotos e 5.000 comissários. Segundo a Latam, os ajustes no cálculo da remuneração são necessários para equilibrar seus custos com os das concorrentes e, com isso, se antecipar a uma maior disputa no mercado.
Com informações do Estadão Conteúdo.