Kraft Heinz fecha venda de partes do negócio de queijos por US$ 3,2 bi
A multinacional norte-americana de alimentos Kraft Heinz fechou um acordo nesta terça-feira (15) para vender partes de seu negócio de queijo para a francesa Lactalis por US$ 3,2 bilhões (cerca de R$ 16,928 bilhões).
A companhia comunicou que a transação ajudaria a reduzir sua dívida de US$ 26 bilhões depois de uma período de vacas magras. Com o acordo, a líder mundial em produção de queijos Lactalis será dona das marcas nos Estados Unidos, como Cracker Barrel, Breakstone’s and Knudsen, assim como das unidades de produção nas regiões da Califórnia, Nova York e Wisconsin.
O negócio é o mais recente movimento da Kraft Heinz, apoiado pelos investidores brasileiros da 3G Capital Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira e pelo megainvestidor da Berkshire Hathaway Warren Buffett, para sustentar o balanço da empresa.
As marcas vem apresentando resultados negativos entre os consumidores, forçando a multinacional a fazer uma série de baixas contábeis, refletindo as perspectivas reduzidas por alguns de seus produtos mais conhecidos, como as carnes Oscar Mayer.
Mesmo embora a demanda por seus produtos tenha ganhado tração durante a pandemia, a Kraft Heinz registrou um prejuízo de US$ 1,65 bilhões no último trimestre enquanto suas ações caíram quase 59% desde o início de 2018.
Kraft Heinz vende grande parte de seu negócio de queijos
A transação com a Lactalis envolve as operações da Kraft Heinz de queijos naturais, ralados, cultivados e especiais nos Estados Unidos, queijos ralados no Canadá e o negócio como um todo em outros países. A companhia abrirá mão de mercas como Polly-O, Hoffman’s e Athenos apenas nos Estados Unidos e Cheez Whiz fora da América do Norte.
“Nós sentimos que isso irá nos ajudar tremendamente em nossas ambições de crescimento”, afirmou o CEO da Kraft Heinz, Miguel Patricio, destacando que o grupo ainda manteria marcas incluindo Philadelphia e Kraft Singles.
De acordo com o diretor executivo da Lactalis América do Norte, Thierry Clément, a combinação iria “criar novas oportunidades importantes para expansão doméstica e internacional, inovação de produtos e impactos positivos sobre comunidade e empregados.”
“Ao invés de apenas colocar as economias nos resultados, hoje estamos reinvestindo essas economias no negócio para impulsionar o nosso crescimento”, afirmou Patricio. A Kraft Heinz apresentou novas metas de “longo prazo” para crescimento orgânico das vendas líquidas entre 1% e 2% e ajustou o lucro ajustado por crescimento de ação para a faixa de 4% a 6%.