A Kora Saúde (KRSA3) interrompeu o processo de listagem na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) por até 60 dias úteis “em razão da atual conjuntura dos mercados financeiro e de capitais”, comunicou o grupo hospitalar na noite desta quinta-feira (29).
Com a suspensão, todos os pedidos de reserva de ações da Kora Saúde e ordens de investimento serão automaticamente cancelados. Caso os investidores já tenham efetuado o pagamento, os valores serão devolvidos, sem qualquer remuneração
A definição do preço por papel no âmbito da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla me inglês) não irá mais ocorrer. A rede de hospitais ambicionava uma operação de R$ 1,681 bilhão.
A Kora Saúde entra agora para uma safra de empresas que pisaram no freio e interromperam a abertura de capital na B3. Apenas nos últimos dias, Rio Alto (RIOS3) e Infracommerce (IFCM3).
Mas o grupo de saúde capixaba tem mais a contar. Acionistas minoritários da companhia entraram na Justiça para tentar barrar o IPO da Kora Saúde. De acordo com informações do Valor Econômico, eles alegavam que, após o fundo de private equity H.I.G. comprar o controle da empresa, foi desrespeitado um direito de preferência que possuíam na compra de participação da companhia.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no entanto, negou liminar. Segundo o jornal, o juiz Eduardo Palma Pellegrinelli entendeu que os autores pretendiam retomar a discussão exclusivamente para impedir a operação.
Controlador injetará recursos na Kora Saúde
Cedo nesta quinta-feira, o Valor Econômico antecipou a decisão da empresa de suspender o processo de IPO. Fontes disseram ao jornal que a companhia conseguiria avançar com os planos de listagem, aceitando um desconto entre 10% e 20% em relação ao piso da faixa indicativa de preço, a qual ia de R$ 11,20 a R$ 15,50.
O H.I.G. achou melhor segurar o IPO e aportar recursos ele mesmo, em uma nova rodada de capitalização da Kora Saúde. O Valor não foi definido.