A Klabin (KLBN11) apresentou seus resultados do quarto trimestre de 2020 na manhã desta quarta-feira (10). Embora o lucro líquido R$ 1,32 bilhão não tenha empolgado a XP Investimentos, a corretora reiterou a recomendação de compra das ações da empresa.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de R$ 1,1 bilhão, excluindo R$ 206 milhões referentes aos ganhos provenientes da aquisição da International Paper, ficaram 5% abaixo das expectativas da XP Investimentos. Isso não fez com que o preço-alvo de R$ 32, com indicação de compra, fosse alterada pela corretora.
Segundo os analistas Yuri Pereira e Thales Carmo, os maiores custos contribuíram para a pressão do Ebitda. O volume de celulose ficou em linha com a expectativa, embora os preços tenha vindo 6% acima do esperado.
Os especialistas, no entanto, destacam o forte volume de papel, que sinaliza uma continuidade da recuperação em mais setores da economia. Segmentos que demandam tal produto, como o de bens duráveis, sentiram um forte impacto no primeiro semestre de 2020, mas passaram a demonstrar uma robusta recuperação.
“Embora a alavancagem financeira continue sendo uma preocupação, nos parece decente, considerando os projetos de expansão em andamento”, diz o relatório divulgado. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda, em dólares, ficou estável em 4 vezes.
Um dos aspectos que sustenta a tese de investimento da XP é a visão positiva para os preços de celulose no futuro, ” com potencial para continuidade na recuperação da demanda”. No segmento, o principal destaque foi o melhor mix entre clientes e regiões, mitigando a leve queda dos preços da celulose de fibra curta no trimestre.
Câmbio provoca prejuízo da Klabin em 2020
No consolidado de 2020, entretanto, a Klabin registrou um prejuízo de R$ 2,48 bilhões, revertendo o lucro de 2019, que somou R$ 714 milhões.
Segundo a companhia, o número foi impactado negativamente pela intensa desvalorização do real frente ao dólar no ano, sobretudo no primeiro semestre do ano, uma vez que a dívida da empresa está, em sua maioria, emitida na moeda americana.
A Klabin possui um endividamento bruto de R$ 26,3 bilhões, sendo 79% em moeda estrangeira. Além da variação do câmbio, a Klabin afirma também que seu desempenho foi afetado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e pela queda no preço da celulose no ano passado.
O resultado entre outubro e dezembro do ano passado, todavia, teve um efeito contrário. O arrefecimento do dólar frente o real fez com que a dívida da empresa recuasse R$ 2,5 bilhões em comparação ao terceiro trimestre.
Por volta das 13h05 desta quarta-feira, as ações da Klabin operavam em queda de 0,65%, negociadas a R$ 27,67 — upside de 15,65% sobre recomendação da XP.
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