Analistas do BTG Pactual disseram em relatório que as ações da Klabin (KLBN11) estão excessivamente deprimidas e recomendam a compra, com preço-alvo de R$ 35. A projeção foi feita após encontro com o CEO, Cristiano Teixeira, e o CFO, Marcos Ivo. A avaliação foi de que a mensagem da administração da Klabin foi tranquilizadora e a previsão de Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de R$ 8 bilhões, é vista pelo banco como “altamente alcançável”.
De acordo com relatório divulgado ontem, a Klabin não prevê mudança nas linhas de receita comoditizadas, com a expectativa de preços da celulose acima de US$ 800/tonelada até o final do ano, o que fez sentido para os analistas do BTG, apesar de uma expectativa do mercado de reversão de ciclo, com os preços a US$ 500/tonelada.
O cálculo de ajuste da BTG para 2023 também é menor: “Nossa impressão das reuniões é de que a empresa está trabalhando com um cenário de correção modesta dos preços da celulose na faixa de ~US$ 100/tonelada para 2023, e não US$ 300/tonelada, como alguns investidores parecem estar descontando no preço das ações”.
A administração da empresa teria também tranquilizado os analistas em relação aos seus projetos Puma II e Figueira: “Ao longo dos últimos trimestres, a Klabin foi penalizada por seu investimento em Puma II, com capex de alto crescimento e os investidores atribuindo valor negativo ao projeto. Em nossa opinião, as ações da Klabin ainda não refletem as perspectivas atuais de crescimento dos lucros, e consideramos que os projetos são altamente desvalorizados pelo mercado neste momento”.
O relatório do BTG, divulgado ontem, traz ainda que Cristiano Teixeira está confiante na tendência de faturamento da empresa, ressaltando 4 pontos:
- Não há risco/risco pequeno nos volumes da Klabin, sendo o diferencial da companhia a flexibilidade operacional (adaptação do mix às condições de mercado);
- A visibilidade do preço da celulose até o final do ano é boa, com volumes já registrados até novembro a preços “constantes” e dezembro parecendo estável.
- Os preços do kraftliner estão corrigindo significativamente ultimamente, mas a administração está vendo um suporte na faixa (líquida) de ~US$ 600/tonelada (potencial de queda limitado; inflação de custos elevou os custos marginais de produção da indústria; alguns cortes de capacidade do setor já estão em andamento)
- Os preços das caixas estão subindo perto de 10% ao ano, implicando que a inflação está sendo repassada aos clientes finais.
Ainda segundo o relatório, a gestão da Klabin descartou a execução de um programa de recompra de ações neste momento, considerando que os projetos de crescimento criam mais valor do que as recompras de ações, atualmente.
A Klabin divulgará seus resultados em 26 de outubro, após o fechamento, e fará a teleconferência no dia 27, às 11h.
Hoje a companhia anunciou a venda de aproximadamente 8 mil hectares de floresta, o equivalente a 3,2 milhões de m³ de madeira em pé, com valor de venda de R$ 230 milhões.
A venda faz parte do projeto Puma II, de acordo com sumário executivo também divulgado hoje. A Klabin firmou contrato de opção de recompra com vigência até 2036 de até 2,2 milhões de m³ de madeira. A conclusão da Operação está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
As ações da Klabin fecharam em alta de 0,34%, cotadas a R$ 20,64, nesta sexta (21).