A Klabin (KLBN11) continua a ter um potencial de valorização relevante, diz o BTG Pactual, que recomenda a compra dos papéis. A análise do banco usa como base o fluxo de caixa descontado e as várias opções de crescimento da companhia. No entanto, analistas apontam falta de catalisadores a curto prazo.
Segundo o BTG, a Klabin está focada na execução e finalização de Puma 2 e Figueira, mas está adotando uma abordagem mais cautelosa em relação à aprovação de novos projetos devido à volatilidade do mercado.
“Uma decisão sobre um potencial novo projeto de celulose fluff só poderia ser tomada no final de 2024, o que, acreditamos, é uma abordagem prudente e bem recebida pelos investidores”, explica o banco.
De acordo com analistas, os principais mercados enfraqueceram e a demanda brasileira por embalagens ficou aquém das expectativas, mas há sinais de recuperação na celulose, pois a alta no curto prazo com preços em torno de US$ 600 por tonelada.
A Klabin, conforme relata o BTG, não vê os preços subindo bem acima de US$ 650/tonelada, uma vez que ainda está sendo adicionada muita capacidade ao sistema.
Neste contexto, o banco recomenda compra das ações da Klabin, com preço-alvo de R$ 30. Nesta segunda, a Klabin fechou em alta de 0,47%, cotada a R$ 23,61.
Klabin: companhia mira novos investimentos, mas está cautelosa, diz BTG
O BTG afirma que a Klabin está fazendo uma pausa em seus vários projetos consecutivos de crescimento após Puma e Figueira.
O próximo alvo, diz o banco, provavelmente será uma expansão de 600 mil toneladas por ano na produção de fluff, para a qual a empresa já está adquirindo ativos florestais. No entanto, esta nova rodada de investimentos deverá ser mais gradual.
Em relação à Puma II, a rampa de produção está progredindo, com expectativa de produção de 160 mil toneladas em 2023. Para 2024 e 2025, a empresa espera 350 mil toneladas e capacidade quase total.
“A Klabin adiantou suas expectativas de vendas de placas revestidas devido aos mercados mais fracos. Dada a fragilidade nos mercados de papelão ondulado, a empresa pode precisar continuar substituindo outras máquinas menos eficientes para acomodar o volume proveniente do Puma II”, explica a equipe do BTG.
Sobre os custos, a tendência é de que permaneçam estáveis. A Klabin já superou o pico de inflação na maioria dos componentes de sua base de custos e até revisou para baixo suas projeções de custos para 2023.
Empresas de papel e celulose devem apresentar resultados mais fracos no 3T23, prevê Itaú BBA
Em relatório, o Itaú BBA destacou que no setor de papel e celulose a Klabin (KLBN11) deve reportar menor Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na base sequencial no 3T23, prejudicado pela divisão de papel e embalagem, enquanto os resultados da Suzano (SUZB3) provavelmente sofrerão com um declínio trimestral nos preços e volumes de celulose.
No caso da Klabin, o Itaú BBA espera que a companhia reporte resultados sequencialmente mais fracos no 3T23, com Ebitda de R$ 1,3 bilhão (queda de 6% na base trimestral e de 45% na base anual).
“Na divisão de celulose, espera-se que volumes maiores e custos mais baixos de uma base fraca no 2T23 mais do que compensem uma queda sequencial nos preços realizados”, pontuou.
Para a unidade da Klabin, o Itaú estima uma queda de aproximadamente 16% nos preços médios realizados de celulose em dólares no trimestre, além de uma redução sequencial de 20% no custo caixa por tonelada, “devido à maior diluição de custos fixos e menores custos de manutenção”.
Na divisão de Papel e Embalagem da Klabin, o banco também espera resultados mais fracos no trimestre, “com maiores volumes consolidados mais do que compensados por preços mais baixos e custos mais elevados”. Para a unidade, o banco prevê embarques de 529 mil toneladas no 3T23, aumento de 1% na comparação trimestral, mas queda de 12% na base anual devido a menores embarques de kraftliner e papelão.
No consolidado, o Itaú espera que a receita líquida da Klabin chegue a R$ 4,2 bilhões no terceiro trimestre, queda de 0,3% na base trimestre e de 22% na base anual.
O banco tem recomendação ‘market perform’ para as ações da Klabin, com preço-alvo a R$ 24.
Já em relação à Suzano, o Itaú projeta resultados sequencialmente mais fracos no 3T23, com Ebitda consolidado de R$ 3,3 bilhões (queda de 16% na base trimestral e 62% na base anual).
“Os resultados de celulose provavelmente mostrarão um declínio sequencial em volumes e preços mais baixos. Esperamos resultados de papel sequencialmente mais fortes”, pontuou.
Já os embarques consolidados de celulose deverão chegar a quase 2,4 milhões de toneladas, queda de 5% no trimestre – refletindo a decisão da Suzano de reduzir a produção no segundo semestre de 2023 – enquanto o preço médio realizado da celulose deverá atingir US$ 525 por tonelada, queda de US$ 46 por tonelada em relação ao trimestre anterior.
“Prevemos uma queda de 3% no trimestre no custo caixa da produção de celulose (excluindo paradas) para R$ 895 por tonelada. O Ebitda da divisão Celulose deverá chegar a R$ 2,4 bilhões, queda de 24% no trimestre e de 68% no comparativo anual”.
Segundo as projeções do Itaú BBA, as vendas de papel deverão atingir 331 mil toneladas, aumento de 13% em relação ao trimestre anterior e estável em relação ao mesmo período do ano anterior. “Prevemos uma queda sequencial nos preços realizados de papel em reais para o mercado externo no 3T23″.
Para a unidade de papel, a instituição projeta Ebitda de R$ 846 milhões no período, aumento de 16% frente aos três meses anteriores, mas queda de 9% na base anual.
O banco tem recomendação ‘outperform’ (equivalente a compra) para as ações da Suzano, com preço-alvo a R$ 56.
Desempenho anual das ações da Klabin
Cotação KLBN11