Justiça autoriza quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro e de ex-assessor
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou nesta segunda-feira (13) a quebra do sigilo do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e do ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz. As informações são do jornal “O Globo”.
Em 24 de abril, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro autorizou a quebra do sigilo bancário, que compreende os períodos de janeiro de 2007 até dezembro de 2018. Além disso, a Justiça permitiu a quebra do sigilo fiscal entre 2008 e 2018. A decisão foi tomada pelo juiz Flávio Nicolau. No despacho, o magistrado diz que é “importante para a instrução do procedimento investigatório criminal” instaurado contra os investigados Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz.
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Além de Flávio e Queiroz e seus familiares e empresas, estão incluídos na quebra outros 88 ex-funcionários dos gabinetes e empresas ligadas a eles. Entre os nomes envolvidos na quebra de sigilo, estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, que são irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães de Nóbrega. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, Magalhães possui ligações com as milícias.
O advogado de Fabrício Queiroz e de sua família, Paulo Klein, disse que o ex-assessor recebeu a notícia com tranquilidade, “uma vez que o sigilo bancário de seu cliente já havia sido quebrado e exposto por todos os meios de comunicação, sendo, portanto, mera tentativa de dar aparência de legalidade a um ato que foi praticado de forma ilegal.”
O juiz do caso pede também que as declarações de operações imobiliárias dos investigados sejam enviadas ao Ministério Público. Além disso, determina que a investigação ocorra em segredo de justiça para preservar os sigilos das partes envolvidas.
Investigações
Há suspeitas de que o senador Flávio Bolsonaro, quando deputado estatual no Rio de Janeiro, tenha se utilizado da chamada “rachadinha”. A prática ocorre quando servidores devolvem parte dos salário aos deputados.
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Em fevereiro, Queiroz disse em depoimento por escrito que parte dos salários dos funcionários era utilizado para aumentar a rede de colaboradores da base eleitoral de Flávio Bolsonaro. O senador nega as acusações.