A Justiça do Rio de Janeiro homologou na noite da última segunda-feira (2) o plano de transição do comando da Oi. A informação foi divulgada pelo jornal “Valor Econômico”.
O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro homologou o plano da Oi. Esse documento, que transitava em segredo de Justiça, prevê a criação de um cargo de diretor operacional com amplos poderes de gestão. Esse executivo deveria substituir o diretor-presidente da empresa de telefonia, Eurico Teles.
Entre os possíveis candidatos a assumir o papel de COO (na sigla em inglês), está Rodrigo Abreu. O executivo é membro do conselho de administração da Oi e ex-presidente da TIM Brasil.
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O documento que indica a transição, aprovado pelo juiz Viana, foi assinado por Teles, pelo diretor financeiro e de relação com investidores da Oi, Carlos Augusto Brandão, e pelo presidente do conselho Eleazar de Carvalho Filho.
Teles deveria deixar o cargo entre o fim deste ano e o início de 2020. Entretanto, sua saída poderia ser adiantada.
Oi busca financiamentos
A Oi estaria negociando um financiamento de até R$ 2,5 bilhões junto a instituições financeiras. Segundo a empresa de telefonia, o plano de recuperação judicial prevê diversas formas de financiamentos adicionais. Entre elas, além dos recursos obtidos através de aumento de capital, a empresa de telecomunicações poderá buscar novos recursos no mercado. A captação poderá ocorrer em até dois anos da data da homologação judicial do plano.
“Estas captações serão realizadas em condições atrativas para viabilizar a capitalização dos recursos necessários à consecução das atividades do grupo, podendo ser realizadas, entre outras formas, mediante a emissão de pública de ações ordinárias ou de novos instrumentos de dívida, incluindo dívidas com garantia”, informou a Oi em comunicado.
A Oi também informou que as “recuperandas envidarão os seus melhores esforços para a obtenção de abertura de novas linhas de crédito para importação de equipamentos no valor potencial de 2 bilhões de reais”. Uma medida legada a aprovação do plano e a readequação da estrutura de capital da telefônica.
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No comunicado, a Oi salientou que seu desempenho operacional se encontra dentro das expectativas. Além disso, a empresa disse confiar na execução dos esforços de controle de custos e demais iniciativas necessárias para a execução do plano de investimentos. A nota foi uma resposta a questionamento da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
MP quer clareza nas operações de Day Trade da Oi
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP) pediu à Justiça que solicite a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a verificação do volume de negócios das ações da operadora Oi.
O MP exige que a CVM solicite esclarecimentos da Oi sobre as oscilações de suas ações e averigue se o aumento no volume tem relação com negociações iniciadas e encerradas no mesmo dia, Day Trade.
Além disso, o documento assinado pelo promotor Leonardo Araújo Marques, no dia 28 de agosto, questiona se é possível que o órgão identifique os nomes dos investidores que mais compraram ações no últimos meses pelo mecanismo de Day Trade. A informação foi divulgada pelo jornal “Valor Econômico”.
O veículo ressalta que Marques solicita “uma atuação mais firme dos órgãos de controle e daqueles responsáveis pela fiscalização do processo judicial de restruturação”, devido ao aumento no volume financeiro com as ações operadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
No início do ano, em fevereiro, foi determinado, em meio ao processo judicial que a operadora enfrenta, que todas as mudanças societárias e venda de ativos relevantes, precisariam de autorização do MP e da Justiça.
Oi informa à CVM que não sabe motivo das oscilações
Na última quinta-feira (29) a operadora Oi informou à CVM que não há fatos ou atos que possam justificar as oscilações nas ações da empresa.
Ademais, a operadora ressalta que há possibilidade de que as oscilações estejam relacionadas com matérias jornalísticas que tem vinculado informações do mercado de telefonias e o nome da empresa.
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“A Oi destaca que foram veiculadas nas últimas semanas uma série de opiniões e de matérias jornalísticas sobre o mercado brasileiro de telecomunicações e sobre a companhia, sendo possível que a volatilidade observada nas ações de sua emissão resulte de eventuais especulações e expectativas do mercado”, informa o documento divulgado pela empresa.
A CVM exigiu que a operadora explicasse as oscilações que ocorriam em suas ações até a última sexta-feira (30).
Em resposta à CVM, a empresa de telefonia “reafirma o compromisso de manter seus acionistas e o mercado informados a respeito dos aspectos relevantes e significativos de seus negócios”.
Última cotação
Na sessão desta segunda-feira (2) as ações ordinárias (OIBR3) da Oi registraram uma queda de – 3,36%, sendo cotadas a R$ 1,15. As ações preferenciais (OIBR4) caíram -5,49%, sendo negociadas a R$ 1,55.