Juros: Taxas zeram queda e ficam de lado, apesar de alívio nos Treasuries e no câmbio

Os juros futuros fecharam a sessão com taxas praticamente estáveis, após operarem em queda moderada pela manhã. Diante da forte alta das taxas ontem, havia expectativa de correção nesta sexta-feira (22), que não se concretizou.

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As taxas de juros até ensaiaram um ajuste em baixa na primeira etapa, estimulado pelo fechamento da curva dos Treasuries e pela queda do dólar, mas à tarde esses dois movimentos arrefeceram e deixaram de ser um estímulo para a curva local.

O efeito positivo das medidas de impulso à economia da China sobre ativos de risco acabou perdendo força e, esvaziados, a agenda e o noticiário domésticos também não serviram de referência.

Na semana, houve ganho de inclinação da estrutura a termo, com as taxas longas avançando mais do que as curtas, refletindo principalmente as mensagens “hawkish” dos comunicados do Copom e do Federal Reserve.

No fechamento da sessão, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,530%, de 10,549% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 passava de 10,26% para 10,24%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa em 10,50%, de 10,51%. Nos longos, a taxa do DI para janeiro de 2029 estava em 11,06%, de 11,05%, e a o DI para janeiro de 2031 oscilava de 11,35% no ajuste de ontem para 11,37%.

Nas mesas de renda fixa, profissionais consideram que diante da volatilidade intensa os últimos dias, o mercado optou hoje pela cautela, ainda que o alívio nos rendimentos dos Treasuries possa ter ajudado a devolver algum prêmio pela manhã.

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“Mesmo com as curvas fechando lá fora, hoje prevaleceu a preocupação com os níveis de juros globais”, explicou o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima.

A sexta-feira foi marcada por discursos duros de dirigentes do Fed, alertando para a necessidade de manutenção dos níveis contracionistas nos juros, mas ainda assim os retornos dos títulos do Tesouro norte-americano cederam, em correção à escalada dos últimos dias que levou as taxas de 2 e 10 anos ao pico desde 2006 e 2007, respectivamente. Ainda assim, seguem em níveis muito elevados, nos 5,10% e 4,43% no fim da tarde.

O noticiário nacional não trouxe nada forte o suficiente para direcionar as taxas, mas a cautela com o cenário fiscal segue limitando melhoras expressivas na curva. “A revisão bimestral de receitas e despesas não teve novidades. A questão é mais o ambiente político para a aprovação das medidas fiscais”, comenta Lima, lembrando que ontem os dados da Receita confirmaram que os níveis de arrecadação estão baixos e, com isso, “fica difícil fechar as contas e zerar o déficit no ano que vem”.

A postura um pouco mais defensiva nesta sexta se deu ainda em meio à expectativa pela agenda da próxima semana, que tem como destaques a ata do Copom e o Relatório de Inflação (RI), na terça (26) e na quinta (28).

Também na terça sai o IPCA-15 de setembro, para o qual a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast é de 0,37%, acima da taxa de 0,28% em agosto.

Com Estadão Conteúdo

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Eduardo Vargas

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