A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que as taxas de juros poderão ter de subir no país para que um “sobreaquecimento da economia” seja evitado. O comentário da secretária foi feito durante evento da The Atlantic, em que Yellen defendia a agenda de investimentos do governo de Joe Biden.
Janet Yellen, com isso, muda seu discurso despreocupado com a inflação, causada em parte pelos estímulos do governo. “Pode ser que as taxas de juros tenham que subir um pouco para garantir que nossa economia não superaqueça”, disse
“Mesmo que os gastos adicionais sejam relativamente pequenos para o tamanho da economia, isso poderia causar alguns aumentos muito modestos nas taxas de juros”, disse a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), em menção aos pacotes de estímulos.
Apesar de inflação, Yellen defende estímulos
Apesar da alta da inflação, Yellen defendeu que os investimentos são necessários para manter a economia americana competitiva e produtiva – desde início da pandemia o Congresso dos Estados Unidos injetou cerca de US$ 5,3 trilhões em estímulos, resultando em um déficit orçamentário de mais de US$3 trilhões no ano fiscal de 2020 e um déficit de US$1,7 trilhão na primeira metade do ano fiscal de 2021.
Apesar disso, Yellen disse esperar por um ambiente de juro baixo “por um bom tempo”, alertando que, mesmo assim, o Tesouro deve trabalhar para manter o déficit em um nível “gerenciável”.
Para pagar os investimentos planejados, a Casa Branca propõe um aumento em impostos corporativo e sobre ganhos de capital nos EUA. Segundo Yellen, isso não deve ter um impacto tão grande no crescimento econômico do país.
“Taxas tributárias marginais têm menos influência sobre o crescimento do que muitos pensavam”, avalia a Yellen, antes de citar o corte de impostos no governo do ex-presidente Donald Trump.
(Com Estadão Conteúdo)
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