O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, informou que há ainda possibilidade de juros mais baixos no Brasil.
Além disso, o presidente disse que na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) todas as varáveis são analisadas, como o cenário interno e externo para reduzirem os juros. O foco especial dos membros dos comitê é o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) e da inflação.
“Há ainda espaço para taxas de juros menores, baseadas em nossas projeções. Pensamos que precisamos ser taxas de juros estimulativas”, salientou Campos Neto em entrevista à emissora americana “CNBC”.
Veja Também: Confira três empresas para investir com a Selic na mínima histórica
O presidente comentou que houveram três “choques” que fizeram com que o crescimento econômico do País fosse reduzido. No entanto, essas situações não ocorrerão novamente no próximo ano.
Os três choques são:
- crise na Argentina (impactou o PIB nacional em 0,2 ponto porcentual)
- tensão internacional ( impactou 0,2 p.p)
- tragédia da barragem de Brumadinho (impactou 0,25 p.p).
“Tivemos três choques que retiraram muito do crescimento em 2019 e que não ocorrerão no próximo ano. Estamos bem posicionados para crescer de uma forma saudável, com dinheiro privado”, salientou Campos Neto.
Último corte na taxa de juros do Brasil
O Copom decidiu, no dia 18 de setembro, cortar em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros.
A taxa básica de juros ficou em 5,50% ao ano, em uma nova mínima histórica. Essa foi a segunda vez que o BC cortou a Selic desde o começo do mandato de Campos Neto, no começo de 2019.
A decisão do BC tinha sido prevista pelos analistas do mercado. O último Boletim Focus, divulgado no dia 16 de setembro, indicou uma previsão de uma Selic em 5,00% até o final de 2019.
Mesmo com o último corte da Selic, algumas instituições financeiras preveem um corte ainda maior da taxa de juros, que poderia chegar em 4,75%. Entre eles, por exemplo, está o Bradesco, que prevê a manutenção dessa taxa até o final de 2020.