Os juros futuros têm alta nesta segunda-feira (22), após o mercado reagir negativamente à intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras (PETR4), e em meio ao temor de mais intervenção em outras estatais.
Por volta das 12h50, os contratos de juros futuros baseados no Depósito Interfinanceiro (DI) negociados para janeiro de 2022 apresentavam alta de 3,63%, para 3,565%. Já os papéis para janeiro de 2023 subiam a 5,17%, para 5,395%. Por sua vez, os juros com vencimento em janeiro de 2025 disparavam a 4,63%, para 7,0% e os negociados para janeiro de 2027 tinham alta de 4,64% para 7,670%.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da B3, despencava 5,22%, a 112.244,62 pontos e o dólar disparava a 2,10%, negociado a R$ 5,4953.
Além da destituição do presidente da Petrobras, Bolsonaro falou durante o final de semana que o governo pretende “meter o dedo” no setor elétrico.
Com isso, os investidores temem novas intervenções de Bolsonaro em outras estatais, e a Eletrobras (ELET3) teve sua recomendação reduzida pelo Credit Suisse. Os preços-alvos foram cortados de R$ 40,25 para R$ 39,60 para as ações preferenciais (ELET6) e de R$ 39,60 para R$ 28,30 para as ações ordinárias.
O Credit Suisse também rebaixou a recomendação para o Banco do Brasil (BBSA3) para neutro e o preço-alvo passou de R$ 46 para R$ 38. Segundo o colunista Lauro Jardim, Bolsonaro fará com André Brandão, presidente do BB, o que fez com Castello Branco. O mandatário deixou claro a pessoas da equipe econômica que aproveitará este momento para indicar outro presidente para o banco.
Após a notícia sobre os juros futuros, por volta das 12h57, os papéis da Petrobras despencavam 20,38% na B3, negociados a R$ 21,76. Já as ações da Eletrobras tinham queda de 5,67%, a R$ 27,44. Os papéis do BB caiam a 11,74%, negociados a R$ 28,80.