Juros futuros disparam e precificam alta de 1,5 p.p. no próximo Copom

Os contratos futuros de DI dispararam nesta quinta-feira (21) e precificam majoritariamente um aumento de 1,5 ponto porcentual para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Os juros futuros foram alimentados pela aversão ao risco inflada pela sinalização do ministro da Economia Paulo Guedes de implementar o Auxílio Brasil extrateto e pela possibilidade de pagar auxílio a caminhoneiros para compensar a alta do diesel.

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A taxa do contrato de DI para janeiro de 2023 fechou em 10,48%, de 9,913% no ajuste e 10,16% no fechamento de quarta. O juro futuro para janeiro de 2025 encerrou a 11,49%, de 10,906% (ajuste) e 11,14% (fechamento), e o para janeiro de 2027 subiu de 11,274% (ajuste) e 11,48% (fechamento) para 11,80%. O DI para janeiro de 2029 bateu em 12,00%, de 11,622% no ajuste anterior e 11,69% no fechamento.

Na avaliação de Jerson Zanlorenzi, da mesa de operações do BTG Pactual digital, investidores reprecificaram o cenário de Brasil para baixo. “Hoje é um dia clássico de risk-off. Não tem certo ou melhor. Não tem ativo melhor. Os investidores fecham os olhos e vendem todas as posições de ações e compram juros e dólar.”

A reação deveu-se à fala do ministro Paulo Guedes sobre a possibilidade de antecipar uma revisão do teto de gastos, prevista para 2026. Nesta quinta-feira, o presidente da República ainda disse ofereceria um auxílio para 750 mil caminhoneiros autônomos, com o intuito de compensar a alta do diesel. O mandatário não revelou valores.

Risco fiscal impulsiona juros futuros

Segundo João Beck, economista e sócio da BRA, o impacto mais relevante foi sentido na curva de juros, a qual passou a precificar uma alta superior da taxa básica de juros (Selic). “A bomba vai cair no colo do Banco Central que precisará subir ainda mais os juros pra remunerar e segurar o capital dentro do país. E juros mais altos, puxa pra cima os encargos da dívida, uma conta salgada que pode mais do que compensar as benesses distribuídas hoje pelo governo.”

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De acordo com Alan Gandelman, CEO da Planner, o mercado, que antes projetava uma elevação de 1,25 ponto percentual, prevê um aumento de 1,5 ponto percentual.

O especialista explicou que a conjuntura internacional também não ajudou. O dólar hoje sobe em relação a outras moedas globais, em razão de uma antecipação do fim do tapering nos Estados Unidos, além das incertezas ao redor do setor imobiliário chinês, que pressionam os juros futuros por aqui.

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Arthur Guimarães

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