O novo presidente-executivo da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, declarou na segunda-feira (07) que as taxas de juros do crédito habitacional serão de mercado para a classe média.
“Se hoje você tem zero de empréstimo para pessoas de classe média, não vão ser os juros do Minha Casa Minha Vida. Quem é classe média tem de pagar mais. Ou vai buscar no Santander, Bradesco, Itaú. E vai ser um juros de mercado, do crédito habitacional [na CEF]. A Caixa vai respeitar os juros de mercado”, alegou Guimarães.
O novo presidente completou que os juros não voltarão a subir para “quem é pobre” no programa habitacional Minha Casa Minha Vida.
Respondendo acerca do aumento dos custos do financiamento à casa própria, Guimarães disse que “depende”. “Juro não vai subir para Minha Casa Minha Vida. Juro de Minha Casa Minha Vida é para quem é pobre”, disse.
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Minha Casa Minha Vida
O programa habitacional do governo federal, lançado em 2009, atende famílias que cumpram os seguintes resquisitos:
- faixa 1: com renda mensal bruta de até R$ 1,8 mil em que não há incidência de juros, o subsídio pode chegar a 90% do valor do imóvel, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Regional.
- faixa 1.5: com renda mensal bruta de até R$ 2.600, com juros de até 5% ao ano, o subsídio é em menor grau que a faixa 1.
- faixa 2: com renda de até R$ 4 mil, com juros de até 6% a 7% ao ano.
- faixa 3: com renda de até R$ 9 mil, com juros de até 8,16% ao ano,
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Crédito Imobiliário
Guimarães acrescentou que o banco planeja comercializar carteiras de crédito imobiliário, e que a CEF passará “a ser uma originadora imobiliária, mais do que reter crédito no balanço”.
Conforme o novo presidente, a meta é que a Caixa passe a ser fonte de 70% do crédito imobiliário brasileiro nos próximos 10 anos. No entanto, também almeja-se que venda uma parte relevante, que poderá chegar a R$ 100 bilhões.
A estratégia é que a instituição financeira amplie o crédito em um cenário no qual os recursos do FGTS e da poupança possuem limitações.
Guimarães também anunciou que o banco poderá fazer até três aberturas de capital de unidades em 2019, com a área da seguridade estando mais à frente.
Demais áreas de interesse de abertura seriam os cartões, operações de loterias e gestão de fundos.
A operação com a asset management da Caixa é que levará mais tempo, pois será indispensável criar uma distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM), o que demanda autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os recursos captados nas operações auxiliarão a CEF a quitar a dívida com a União de R$ 40 bilhões em Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs).
“Eu tenho quatro anos para fazer esse pagamento e o farei. As operações (de abertura da capital) já estão adiantadas, nós faremos ao menos duas esse ano, talvez três. Mas pelo menos duas é meu compromisso com o ministro (da Economia) Paulo Guedes”, afirmou o presidente da Caixa.
As afirmações referentes ao crédito habitacional, crédito imobiliário e os novos rumos da CEF foram feitas após a cerimônia de posse no Palácio do Planalto.