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Com juros altos, priorizamos dividendos e carrego, diz estrategista da XP

Cotistas do SNLG11 recebem R$ 0,29 por cota hoje (25). Foto:Istock.

Cotistas do SNLG11 recebem R$ 0,29 por cota hoje (25). Foto:Istock.

No cenário atual, de juros mais elevados por mais tempo, a XP tem priorizado ativos com carrego e pagadores de dividendos – incluindo fundos imobiliários (FIIs).

Rodrigo Sgavioli, estrategista de alocação da XP, explica que o cenário é de juros mais altos tanto no cenário doméstico – com a tese de juros de um dígito em 2024 caindo por terra – quanto o cenário internacional, com o mercado esperando um ou dois cortes do Federal Reserve (Fed) neste ano.

“Os juros ficarão mais altos do que o período pré covid, e isso nos obriga a priorizar carrego (carry) em detrimento de ganho de capital. No momento temos mais exposição a ativos de dividendos. Você abre mão de growth para ter recebimento de parcelas de um crescimento”, explica.

“Priorizamos isso com taxas nominais, taxas prefixadas, e também FIIs e papéis mais ligados a dividendos”, completa.

Jennie Li, estrategista de ações da XP, complementa destacando que a predileção na bolsa vai no mesmo sentido, de papéis mais defensivos.

“Preferimos posicionamento mais defensivo em ações, priorizando ações pagadoras de dividendos e nomes mais cíclicos e com beta mais alto”, comenta.

A especialista explica que o Ibovespa performou mal em 2024, com o mercado começando o ano com uma visão de cinco cortes nos juros dos EUA e a expectativa agora é de um ou dois.

Além disso, no cenário doméstico o fiscal e outros ruídos também causaram quedas no índice, além do aumento de incertezas sobre política monetária– que foi justamente um tema chave para o rali de 2023.

Li observa que o segmento de commodoties, até então, foi o único que puxou o Ibovespa para cima, ao passo que segmentos mais sensíveis a juros foram mais pressionados – como educação, construção civil, varejo e outros.

Simultaneamente, a estrategista de ações da XP analisa que o micro das empresas segue saudável apesar desse cenário, com a relação preço sobre lucro do Ibovespa seguindo atrativa, a geração de caixa das empresas ainda saudável e as estimativas de lucro em alta.

Dividendos acima da média histórica

No relatório “Onde Investir no 2º Semestre” os especialistas da XP ainda destacam que as empresas estão “gerando bastante caixa” e com dividend yield acima da média histórica, em atuais 6,7%.

Em termos de alocação, a casa destaca: “temos uma visão ainda bastante construtiva, com exposições consideravelmente elevadas em fundos listados aqui no Brasil, com foco em fundos imobiliários, mas com considerável mudança em seu “mix” se compararmos ao começo de 2024, uma vez que agora estamos priorizando a busca por mais rendimentos (dividend yield) por meio dos fundos de recebíveis imobiliários”.

Maria Fernanda Violatti, Head de Fundos Listados, aponta que para a classe de fundos de recebíveis, o cenário ainda se mantém favorável.

“Diversos fundos ainda apresentam descontos interessantes e enxergamos oportunidades com rentabilidades atrativas associadas à distribuição de dividendos. Vale ressaltar que os fundos de papel são menos sensíveis e apresentam caráter mais defensivo”.

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