O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira (28) que os juros do cheque especial caíram de 322,2% em junho para 318,7% ao ano em julho. Um aumento em comparação com julho do ano passado, quando a taxa tinha sido de 303,2%.
Além dos juros do cheque especial também o juro médio do rotativo do cartão de crédito aumentou, alcançando 300,3% em julho. Um mês antes essa porcentagem tinha sido de 300,1% e, no mesmo mês em 2018, a taxa média tinha sido de 272,6% ao ano.
Segundo o Banco Central, esses valores representam uma média e podem variar para cada situação específica. Isso pois os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente, assim como na base da relação econômica mantida com a instituição financeira.
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Entretanto, se comparados ao atual nível da taxa básica de juros (Selic), os juros do cheque especial e de outros produtos bancários continuam em um patamar muito elevado. A taxa Selic está atualmente em 6% ao ano, seu meno patamar histórico. Por isso, esse spread bancário continua extremamente elevado no Brasil.
Muito além do cheque especial
Confira as taxas de juros cobradas em cada tipo de operação:
- Rotativo do cartão de crédito: subiu de 300,1% para 300,3% ao ano
- Cartão de crédito parcelado: caiu de 175,6% para 175,2% ao ano
- Cheque especial: caiu de 322,2% para 318,7% ao ano
- Crédito pessoal não-consignado: caiu de 120,3% para 119,5% ao ano
- Crédito pessoal consignado: caiu de 22,8% para 22,5% ao ano
- Compra de veículos: caiu de 20,8% para 20,3% ao ano
- Financiamento imobiliário: subiu de 7,7% para 7,8% ao ano
Roberto Campos quer lutar contra o spread bancário
Na última terça-feira (27) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que seu objetivo principal é a diminuição do spread bancário.
O presidente do Banco Central afirmou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado: “concordo que o spread é alto. A minha principal missão é combater o spread.”
“Vamos organizar todo o crédito privado. Quando eu fizer isso, não preciso de compulsório tão alto” salientou o presidente do Banco Central.
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Em relação à falta de assistência de liquidez adequada, o que elevaria os compulsórios, Campos Neto afirmou que: “o Brasil não tem um processo organizado de assistência de liquidez”.
Roberto Campos Neto defendeu também que o progresso das reformas levará o Brasil a necessitar menos das reservas internacionais. O Banco Central, segundo ele, está “avaliando sempre” o nível ótimo das reservas.
Além da questão do spread bancário, que atinge também os juros do cheque especial, o presidente do Banco Central também salientou que ocorrerá um projeto de ampliação do microcrédito. Para ele, essa medida deveria estar pronta “em algumas semanas”. “Queremos aumentar o limite para mais de 2%”, comunicou Campos Neto.