O JP Morgan (JPMC34) registrou um lucro líquido de US$ 14,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano, reforçando a tese de forte retomada da economia dos Estados Unidos em 2021. No primeiro trimestre do ano passado, o lucro do banco havia sido de US$ 2,86 bilhões. O balanço foi divulgado na manhã desta quarta-feira (14).
O resultado superou as expectativas do mercado. Enquanto Wall Street esperava por um lucro por ação (LPA) de US$ 3,10, segundo a Refinitiv, o JP Morgan entregou US$ 4,50 por papel. Excluindo itens não recorrentes da conta, o LPA ficou em US$ 3,31.
A receita de US$ 33,12 bilhões, um crescimento de 14% na base anual, excedeu a projeção média de US$ 30,52 bilhões dos especialistas do mercado norte-americano. O JP Morgan é o primeiro dos grandes bancos a divulgar seus números do período entre janeiro e março deste ano.
Tradicionalmente, as instituições financeiras abrem a temporada de balanços e servem como um balizador para o mercado, tanto quanto ao sentimento dos investidores para as próximas semanas, como para o andamento dos índices.
O KBW Nasdaq Bank, índice que acompanha as ações dos maiores credores do país, sobe 25% neste ano, mais que o dobro do S&P 500. O índice bateu sua máxima histórica em março, superando a alta anterior de 2007. As ações do JP avançam 21% em 2021, embora recuem cerca de 1% no mercado futuro desta quarta-feira.
Varejo recua e banco de investimento sustenta resultado do JP Morgan
A receita do banco de varejo, que atende aos consumidores em geral, recuou 6% na base anual, para US$ 12,52 bilhões, em linha com as expectativas do mercado. Por outro lado, o banco corporativo e de investimentos contribuiu com uma receita de US$ 14,6 bilhões, salto de 46%, acima da projeção de US$ 12,6 bilhões.
“Com todos os gastos com estímulos, investimentos em infraestrutura, a flexibilização monetária, fortes balanços patrimoniais de consumidores e empresas e euforia em torno do fim potencial da pandemia, acreditamos que a economia tem potencial para ter um crescimento extremamente robusto e longo”, afirmou em nota o CEO Jamie Dimon.
A instituição também surpreendeu o mercado ao liberar US$ 2,9 bilhões das provisões realizadas no ano passado, em meio ao maior impacto econômico da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os investidores agora se perguntam se os bancos passarão a reverter esses recursos — e qual será a magnitude dessas reversões.
O JP Morgan, maior banco do mundo em receita, também deve chamar atenção pelas flexibilizações recentes do Federal Reserve (Fed). A autoridade monetária disse que os bancos já passaram pelo período de maior estresse da crise e poderão acelerar recompras de ações e distribuição de dividendos.