JP Morgan: Bitcoin vale menos que o custo de mineração
O banco norte-americano de investimentos JP Morgan informou que o Bitcoin vale menos que o custo de mineração.
Segundo relatório do banco JPMorgan divulgado na sexta-feira (25) o preço do Bitcoin está abaixo do valor relativo para a operação de mineração. Isso porque o custo da mineração gira em torno de US$ 4 mil (cerca de R$ 15 mil) , a moeda virtual tem um valor inferior a US$ 3,6 mil (cerca de R$ 13,5 mil).
O conceito de mineração é ligado ao fato que o número de Bitcoin é finito. No total, são 21 milhões. Para obter um Bitcoin é necessário solucionar uma função matemática complexa ligada a uma rede chamada blockchain. Isso tudo gera um custo alto de energia elétrica por causa dos computadores sempre ativos em operações de mineração.
“A mineração de Bitcoin foi impulsionada nos três primeiros trimestres de 2018 por melhorias tecnológicas, mas o colapso na lucratividade causou retração na atividade de mineradores no fim do ano”, indica o relatório.
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Em seu relatório, o JPMorgan usou duas medidas para determinar o valor do Bitcoin. Elas são:
- o custo marginal de produção, calculado com bases independentes
- o valor intrínseco, baseado em um índice do consumo de eletricidade para produzir a moeda.
“Estimamos que o preço da moeda esteja 20% abaixo do seu custo de produção”, informaram no documento os analistas do banco.
O banco utilizou valores de mineradoras de vários países para calcular o custo médio de produção da criptomoeda. Os produtores chineses são considerados os mais baratos. Isso porque o custo de uma mineradora chinesa estava próximo US$ 2.400 no último trimestre de 2018.
Entretanto, o documento do JPMorgan ressalta, entretanto, que esse custo não é estático e pode cair para US$ 1.260.
Pico de valorização e grande queda
O momento de pico de valorização do Bitcoin ocorreu em dezembro de 2017. Naquela data a moeda digital chegou a valer US$ 18,6 mil, mas chegou a cair mais de 73%, sendo negociada a US$ 3.500 na última semana. Também o valor total do mercado das criptomoedas caiu sensivelmente nos últimos 12 meses. O valor do mercado passou de US$ 800 bilhões no início de 2018 para US$ 125 bilhões no último trimestre do ano. Esse montante considera todas as criptomoedas, além do Bitcoin.
Um dos problemas das criptomoedas é a aceitação pelos vendedores e compradores, considerada ainda baixa. O Bitcoin e as outras divisas virtuais ainda não foram adotadas por grandes companhias do varejo.
Para o JPMorgan, a popularidade das criptomoedas é um dos grandes desafios para sua sustentabilidade futura. Uma questão em aberto mesmo após 10 anos da criação do Bitcoin. Além disso, outro grande problema desse mercado é a predominância de investidores individuais. A participação de bancos acabou diminuindo com a deterioração da liquidez, o declínio do preço e a previsão de menor retorno futuro.
Veja o desempenho do Bitcoin nos últimos anos:
- 2010 – alta de 9.900%;
- 2011 – alta de 1.426%;
- 2012 – alta de 189%;
- 2013 – alta de 5.594%;
- 2014 – queda de 57%;
- 2015 – alta de 34%;
- 2016 – alta de 123%;
- 2017 – alta de 1.369%;
- 2018 – queda de 73%;
Conclusões céticas
Em suas conclusões, o JPMorgan se demonstra cético em relação ao futuro do Bitcoin. Uma posição compartilhada por outros grandes bancos internacionais. “Mesmo nos cenários mais extremos, como em casos de recessão, há instrumentos que geram mais liquidez e são menos complicados para investir ou fazer transações”, explica o relatório.