O banco de investimento norte-americano JP Morgan (JPMC34) vai acabar com o home office a partir do dia 1º de julho.
O JP Morgan anunciou na última terça-feira (28) que todos seus funcionários vão voltar aos seus escritórios em Wall Street em cerca de 60 dias, mas em regime de rodízio.
O JP Morgan é a primeira grande instituição do mercado financeiro a informar que o home office não será a forma de trabalhar definitiva, anunciando um calendário preciso de volta aos escritórios.
A mudança representa uma reversão da tendência em comparação com outros grupos americanos, especialmente de tecnologia.
Algumas empresas do setor, como o Twitter por exemplo, deixaram seus funcionários livres para escolher se trabalharão em escritório ou em home office permanente. Outros simplesmente adiaram a escolha para o próximo ano.
“Sabemos que muitos de vocês estão ansiosos para voltar, mas também sabemos que, para alguns, a ideia de voltar regularmente é uma mudança que vocês terão de administrar”, escreveu o diretor-presidente (CEO) do JP Morgan, Jamie Dimon, à sua equipe em um relatório interno.
“Acreditamos sinceramente que trabalhar juntos e pessoalmente é importante para nossa cultura, nossos clientes, nossos negócios e nossas equipes”, destacou Dimon.
Os escritórios americanos do banco de investimento estarão abertos para todos os funcionários a partir do dia 17 de maio, para a retomada do hábito de ir fisicamente ao trabalho, antes do início da volta oficial.
Entretanto, o comparecimento não deverá ultrapassar 50%, em consonância com as diretrizes do governo federal dos EUA.
“Com os Estados Unidos excedendo a meta de mais de 200 milhões de vacinas Covid-19 e com mais cidades e estados retirando as restrições, abriremos nossos escritórios nos EUA para todos os funcionários na segunda-feira, 17 de maio, com um limite de ocupação de 50%”, salientou a nota enviada a todos os colaboradores americanos.
Já no início de abril, na carta aos acionistas, Dimon havia criticado o home office, escrevendo que as reuniões via Zoom retardam as decisões e, além disso, o trabalho remoto penaliza os banqueiros juniores, que não podem aprender “o ofício” com o exemplo e com o relacionamento diário com os banqueiros mais experientes, de acordo com o modelo tradicional de trabalho utilizado pelo banco de investimento.
JP Morgan tinha tentado voltar já em setembro
No ano passado Dimon tinha exigido que seus funcionários voltassem aos seus escritórios em 21 de setembro de 2020, depois de trabalhar de casa nos seis meses anteriores.
O plano não deu certo, pois um banqueiro foi contagiado pela Covid-19.
Agora, Dimon prevê que, no fim da pandemia, menos de 10% dos 255.000 funcionários do banco nos Estados Unidos trabalhariam em tempo integral em home office. Em vez disso, as sedes estrangeiras do JP Morgan continuarão a seguir as regras em vigor em cada país.
Com o avanço da campanha de vacinação nos Estados Unidos, muitas empresas estão começando a considerar a “vida após a pandemia” no escritório.
Seguindo o exemplo da Microsoft, vários grandes grupos já planejaram adotar um sistema “híbrido”, permitindo aos funcionários misturar trabalho remoto e trabalho presencial.
No entanto, o JP Morgan não fechou completamente as portas para a flexibilidade no trabalho. Mas vai interpretar as regras à sua maneira.
Embora seja verdade que os banqueiros de negócios geralmente estão fora do escritório, viajando ou visitando clientes, Dimon imagina que os escritórios podem ser reorganizados, eliminando muitas mesas desnecessárias.
“Para cada 100 funcionários, podemos precisar de apenas 60 posições, em média”, escreveu o banqueiro. Um jeito fácil de garantir ao JP Morgan uma excelente economia nos alugueis.
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