Josué Gomes recusa convite de Lula para comandar Ministério da Indústria
O presidente da Fiesp, Josué Gomes, recusou o convite feito por Lula para comandar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) — pasta que será recriada. Segundo informações do jornal O Globo, em conversa com o presidente eleito, o empresário alegou que questões de compliance em suas companhias o impedem de assumir a posição.
Gomes é filho do ex-vice presidente da República, José Alencar, que foi companheiro de chapa de Lula em seus dois primeiros mandados (2002-2006 e 2006-2010). Além de ser presidente da Fiesp, dirige o maior grupo empresarial do setor têxtil, a Coteminas.
De acordo com rumores que circularam na imprensa na última semana, Josué Gomes foi convidado por Lula para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na quarta-feira (14). Na ocasião, o empresário pediu tempo para analisar a proposta — porém já havia a expectativa de que ele declinaria.
Com a recriação da pasta, Lula estaria em busca de um nome forte que viesse do setor industrial. Com a recusa de Josué Gomes em comandar o Mdic, o novo governo eleito deve buscar outra pessoa nos próximos dias.
Lula anuncia Haddad, Dino, Rui Costa, Múcio e Vieira como ministros
Há uma semana, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou os primeiros nomes da sua equipe ministerial. Fernando Haddad, Rui Costa, Flávio Dino, José Múcio Monteiro e Mauro Vieira foram confirmados pelo político como os titulares das pastas da Fazenda, Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa e Relações Exteriores, respectivamente.
“Tomei a decisão [de anunciar os primeiros nomes] porque preciso que algumas pessoas já comecem a trabalhar”, afirmou Lula durante coletiva de imprensa realizada nesta sexta (9).
“Uma pesquisa disse que 95% do povo está achando que o governo vai dar certo. Se eu fosse perguntado, seria 100% de que o governo vai dar certo!”, reforçou Lula.
Josué Gomes reage à oposição que tenta tirá-lo da presidência da Fiesp
Ontem, o presidente da Fiesp reagiu ao edital que marcou uma assembleia para a semana com a intenção de tirá-lo do cargo. O atual presidente agendou uma reunião da entidade para o dia 16 de janeiro.
Ao longo dos últimos dias, Josué Gomes ouviu presidentes de sindicatos que não assinaram o pedido de convocação do encontro, protocolado por sindicatos de menor porte que fazem oposição ao empresário. Foi sugerido ao presidente da Fiesp que a melhor estratégia para se contrapor ao movimento seria marcar uma assembleia para janeiro para ter mais tempo para ampliar o debate sobre o assunto.
No edital publicado ontem e assinado por Gomes há os itens que serão debatidos na assembleia – na prática, os mesmos pontos que tinham sido listados pelas 86 agremiações patronais oposicionistas. Esse grupo de entidades teria sido “pego de surpresa” com o edital. Procurada pela reportagem, a Fiesp não comentou.
O objetivo da assembleia convocada por Josué Gomes é para que ele preste esclarecimentos sobre reuniões em Brasília e a assinatura de manifesto pró-democracia ainda durante as eleições. O aval da entidade ao documento causou mal-estar entre os filiados, com a avaliação de que se tratava de um apoio à eleição de Lula (PT).