A Johnson & Johnson (JNJB34) ofereceu na terça-feira (4) uma cifra US$ 8,9 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões no câmbio atual) para encerrar os processos que enfrenta por venda de um talco apontado como causador de câncer.
Segundo a Johnson & Johnson, o acordo não constitui uma ‘admissão de culpa’ por parte da companhia e diz que o produto é seguro, apesar de ter saído das prateleiras.
Em nota, a multinacional afirma que o acordo, se aprovado pelos tribunais, ‘resolve de forma equitativas todos os processo’.
A acusação contra a companhia é de que o talco da Johnson & Johnson causaria câncer de ovário por supostamente conter amianto – uma família de minério que é amplamente utilizada no setor de construção civil.
“Ele é classificado como reconhecidamente cancerígeno para os seres humanos. Não foram identificados níveis seguros para a exposição às suas fibras. O intenso uso no Brasil exige que a recuperação do histórico de contato inclua todas as situações de trabalho, tanto as de contato direto com o minério em atividades industriais típicas em geral de baixa duração, mas sujeitas a altas concentrações de poeira; e as exposições não ocupacionais, sejam elas indiretas ou ambientais”, diz o INCA, citando os casos de utilização do amianto na mineração e no segmento de construção civil.
Johnson & Johnson já ofereceu US$ 2 bilhões para encerrar processos
A J&J já havia oferecido uma cifra de US$ 2 bilhões para encerrar os processos.
Um tribunal do Missouri (EUA) já havia constatado que a companhia “vendeu conscientemente aos consumidores produtos que contêm amianto”, o que gerou uma “angústia física, mental e emocional”.
“A empresa segue acreditando que estas alegações são enganosas e carecem de base científica”, declarou hoje o representante jurídico da J&J, que tem sede em Nova Jersey.
A fabricante espera resolver reclamações de 60 mil requerentes e, além disso, financiar um fundo prevendo reivindicações judiciais futuras.
A companhia já havia sofrido decisões desfavoráveis na justiça no passado, com condenações em pouco menos de 12 casos.
O imbróglio inclui uma apelação à Suprema Corte dos Estados Unidos e uma decisão que forçou a Johnson & Johnson a pagar US$ 2,5 bilhões a um grupo de 20 mulheres em meados de 2018